Slackware 13.37 - Compreendendo o processo de inicialização

Esse artigo é básico a quem queira entender melhor o processo de inicialização dos sistemas GNU/Linux. Conhecendo a sequência na qual o sistema inicia seus processos é possível, por exemplo, iniciar e interromper serviços.

[ Hits: 12.591 ]

Por: FLAVIO MOURA em 30/01/2013 | Blog: https://programnt-enm.weebly.com


Introdução



Este artigo é básico a qualquer um que queira entender um pouco melhor o processo de inicialização dos sistemas GNU/Linux. Conhecendo a sequência na qual o sistema inicia seus processos, é possível, por exemplo, iniciar e interromper serviços.

No entanto, o intuito deste é apenas apresentar ao usuário uma visão geral de como os processos do sistema são iniciados, mais especificamente na distribuição a qual faço uso, o Slackware 13.37. No geral, o processo é semelhante nas demais distribuições GNU/Linux.

O processo de boot

No momento do boot, o GNU/Linux carrega e executa o sistema operacional principal a partir do HD, o primeiro grupo de processos é iniciado pelo init. Para que possamos ver quais são os processos executados no sistema é muito simples, basta digitar o comando a seguir:

ps ax | more

Na saída deste comando, aparecerá uma listagem de dados semelhante à imagem demonstrada a seguir:

PID  TTY  STAT   TIME COMMAND
1 ?    S  0:00        init [1]

Na primeira coluna PID (identificação do processo, do inglês Process ID), temos um número, atribuído pelo kernel, para cada processo.

Veja que a primeira entrada da lista, no PID, é igual a 1, este é o chamado init, vulgo, pai de todos os outros processos, do qual falávamos no parágrafo anterior.

Mas o que o processo init inicia? Isso vai depender de alguns fatores:
  1. Nível de execução: Identifica uma determinada configuração do sistema na qual realiza somente um grupo de processos existentes;
  2. O arquivo /etc/inittab: O conteúdo desse arquivo especifica quais serão os processos iniciados nos diferentes níveis de execução;
  3. O número de shell scripts: Existe um número muito grande de scripts executados em níveis específicos contidos dentro do diretório /etc/init.d e em diversos outros subdiretórios existentes (com nomes iniciados com "rc") dentro do /etc.

O leitor atento, ou usuário um pouco mais curioso, deve estar se questionando acerca dos níveis de execução citados no item dois, e seria imprudente de minha parte não explicitar quais são. Esse assunto dará sequência ao nosso próximo tópico.

Níveis de execução do sistema

A ampla maioria das distribuições GNU/Linux utiliza, ao menos, sete níveis de execução, que vão de 0 a 6. O significado de cada nível varia de uma distribuição para outra.

A tabela a seguir, demonstra o significado desses níveis de execução, além de algumas ações específicas, nos sistemas Fedora, Debian, SUSE e Xandros:

Níveis de execução Função
0 Desliga o sistema.
1 Executa em modo de usuário único.
2 Executa o modo multiusuário (Debian e Xandros utilizam este como nível de execução padrão).
3 Executa em modo multiusuário total (utilizado para login em modo texto no Fedora e SUSE).
4 Executa em modo multiusuário total (não é utilizado no Fedora e SUSE).
5 Executa em modo multiusuário total (utilizado como nível de execução padrão no modo gráfico no Fedora e SUSE).
6 Reinicia o sistema.


Na sequência, bem semelhante à anterior, um exemplo no sistema Slackware 13.37:

Níveis de execução Função
0 Desliga o sistema.
1 Executa em modo de usuário único.
2 Não utilizado (geralmente configurado para o mesmo nível de execução 3 - multiusuário).
3 Executa em modo multiusuário.
4 Gerenciador de sessão (X11 com KDM, GDM, XDM).
5 Não utilizado (geralmente configurado para o mesmo nível de execução 3 - multiusuário).
6 Reinicia o sistema.


    Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. O aquivo /etc/inittab
   3. Testando os níveis de execução
Outros artigos deste autor

Exemplos práticos de tabelas de partições

Leitura recomendada

Os usuários do Linux

Usando variáveis de ambiente

Como escolher sua distro (de forma imparcial)

Arredondando o Ubuntu em seu desktop

Software Livre: primeiras impressões

  
Comentários
[1] Comentário enviado por lcavalheiro em 30/01/2013 - 18:43h

Boa! Pra galera nova essas são sempre informações importantes. Parabéns!

[2] Comentário enviado por Jvek em 30/01/2013 - 21:32h

Valeu Icavalheiro, a ideia é bem essa mesmo; tem muito gente que se assusta com esse monte de números e letras achando que é um lance de outro mundo; ou algo do gênero, e acaba "desistimulado" a usar a linha de comando nas distros mais tradicionais.., .., mas aqueles que persistem aos poucos vão percebendo que a coisa não é tão complicada assim,.. a rapadura é dura mais é doce fala àê!

Abrç.

[3] Comentário enviado por lcavalheiro em 30/01/2013 - 22:15h

É o que eu falo sempre, só o terminal é GNU / Linux e o Slackware é seu profeta ;-)

[4] Comentário enviado por obernan em 01/02/2013 - 11:01h

Bom artigo, parabéns.

[5] Comentário enviado por Jvek em 01/02/2013 - 18:58h

Valeu obernan!

Abrç.

[6] Comentário enviado por thiagocoelho em 04/02/2013 - 19:08h

Excelente artigo, parabéns!

[7] Comentário enviado por Jvek em 05/02/2013 - 09:26h

Valeu thiagocl! Abrçs. Que bom que a galera, no geral, tem gostado.,,
mais uma vez obrigado.

[8] Comentário enviado por azk em 16/06/2013 - 09:00h

Belo artigo, cara!
Irá ajudar muitos iniciantes em Slackware.


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts