Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

49. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Luciano
Rei Tenguh

(usa Arch Linux)

Enviado em 03/05/2013 - 19:50h

Sim. E FOI DECIDIDO pela organização mundial da saúde e pela Federação Brasileira de psicologia (as casas específicas ao assunto) que NÃO trata-se e doença. Mas mesmo sendo mais do que definido isso pelas autoridades competentes, continuou a idéia absurda de "tratamento". O Estado fez a sua parte: combateu o charlatanismo médico em um ponto onde era comum.
É proibido por lei o exercício ilegal da medicina, certo? Mas é o conselho de Medicina quem decide quem é médico ou não, certo? Cabe ao Estado dar foprça legal a essa decisão.

é exatamente a mesma coisa: da mesma foorma que o Estado dá o aval legal para o que foi definido pelo conselho de medicina (quem é médico ou não) também dán o aval legal para o que foi decidido por médicos e cientistas competentes (o que é doença ou não).

Existem também leis que impedem que cirurgiões plásticos façam mudanças estéticas que descaracterizem alguém como ser humano (não pode colocar seios nas costas, nem rabo de gato, nem chifres). São leis do Conselho de medicina, mas o Estado garante seu cumprimento, sob risco de penalidades. É a mesma coisa.
Também existe lei que proíbe a eutanásia, mesmo que o médico ache "interessante" fazer.

E outros casos a exemplo de como o Estado não legisla sobrte as atividades médicas a seu bel-prazer; apenas garante o que foi decidido como "correto" por órgãos competentes.


  


50. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 03/05/2013 - 20:00h

Buckminster escreveu:

pinduvoz, porque sempre nas discussões sobre a redução da maioridade penal sempre aparece o argumento de que se um jovem de 16 anos pode votar, também pode ser responsabilizado penalmente?

Uma das fontes do Direito são os usos e costumes.


A responsabilidade penal deriva da consciência do ilícito, somada ao autocontrole que surge com a maturidade "suficiente". Pelo menos, foi assim que eu sempre entendi essa questão.

É óbvio que, hoje em dia, uma criança de 12 anos ou mais tem consciência do ilícito, ou seja, sabe distinguir o que é certo do que é errado. Mas a pergunta a ser respondida é se essa mesma criança consegue se portar de acordo com essa consciência.

Na minha opinião pessoal, sim, ao menos na maioria dos casos. Mas isso não quer dizer que devemos jogar essa criança numa cadeia comum, especialmente numa das "nossas" cadeias comuns.

Como resolver a questão, vc me pergunta. Sinceramente, não sei com certeza. Mas sei que temos que mudar a situação atual, pois do jeito que está, não está funcionando. Uma das mudanças possíveis é baixar a maioridade penal para 16 anos e ver no que dá. Outra, que acho melhor em princípio, é aumentar as penas do ECA, permitindo que os maiores de 18 anos fiquem "internados" até os 25.

Resumindo, a sociedade, representada pelo Congresso Nacional, deve discutir e aprovar mudanças, rapidamente.


51. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 03/05/2013 - 20:14h

Para pensar...

Reduzida a maioridade penal para 16 anos, provavelmente teremos habilitação para conduzir veículos automotores também aos 16 anos, pois o que vem impedindo essa redução até hoje foi o fato de o menor de 18 ser inimputável também em relação aos crimes de trânsito.

Será que a violência no trânsito vai aumentar? Eu acho que sim, pois tendo tirado carta com 18 anos, eu demorei um pouco para assumir uma atitude mais responsável no trânsito. Se tivesse recebido minha carta com 16, seriam mais dois anos de "imprudência" (não que eu bebesse e dirigisse, ou participasse de "rachas"; eu corria, corria bastante, na cidade e na estrada, e, como todo adolescente que "vira homem", eu me achava o máximo).


52. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Paulo
paulo1205

(usa Ubuntu)

Enviado em 03/05/2013 - 20:15h

Não consegui ler o tópico todo, que já tem muitas páginas, mas eu queria lembrar alguns detalhes que nem sempre estão nas manchetes dos portias e jornais (e raramente estão sequer no corpo das matérias):

1) O projeto de decreto legislativo não é de autoria do deputado Feliciano.

2) O projeto já tramitou por outras comissões da Câmara.

3) A CDHM colocou na pauta um projeto que já estava aguardando para ser apreciado por essa comissão.

4) Feliciano tem o grosso da imprensa contra ele, e o que está se passando no caso particular desse projeto é tentar pegar carona na sua má fama como político (construída artificiosamente por essa mesma imprensa, embora ele tenha dado material para que tal difamação se processasse) para denegrir o referido projeto, sem, contudo, colocar o seu teor em debate honesto para a população.

5) A homossexualidade pode, sim, causar "sofrimento", na forma de conflitos emocionais entre a condição em que o indivíduo se encontra e aquilo que ele mesmo ou alugum grupo social dele poderia esperar, ou o que ele imagina que possam dele esperar.

6) O projeto não institui "cura gay", nem coisa alguma semelhante.

7) O objetivo do referido projeto é tornar sem efeito apenas um parágrafo e um artigo de uma resolução do CFP que, na prática, cerceia a liberdade de expressão e pensamento do profissional de Psicologia, dentro e fora do seu consultório.

8) No entendimento de quem redigiu o projeto decreto legislativo (como o qual eu, por sinal, concordo), sendo tal liberdade cláusula pétrea da Constituição, nem mesmo uma emenda constitucional a pode deter -- e muito menos uma portaria cartorial de um conselho profissional.


Encaremos os fatos: Feliciano pode ter (e tem, na minha opinião) lá suas opiniões equivocadas, mas está claro que ele é quem está sendo discriminado por ter a fé que tem, genericamente como evangélico, e especificamente como "felicianista". Os vídeos que serviram de estopim para as "cruzadas" "Fora, Feliciano!" e "não me representa" não são nem racistas nem propriamente homofóbicos. São tão-somente estúpidos -- e estupidez é talvez o pior "crime" de que Feliciano possa ser realmente acusado.

Quem flerta com a criminalização de opiniões, ainda que supostamente (ou mesmo realmente) estúpidas, está dando a corda para ser o enforcado de amanhã ou depois de amanhã.


53. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Luciano
Rei Tenguh

(usa Arch Linux)

Enviado em 03/05/2013 - 21:17h

Então, seria apenas uma coincidência ele ser constantemente acusado de homofobia e apresentar como primeiro projeto no cargo algo que transformaria isso (ao contrário de quaisquer conhecimentos científicos) em "doença". Só coincidência, a primeira atitude oficial "de peso" ser relacionada exatamente a mentalidade da qual ele foi sempre acusado, certo?
Comprovou por atitudes. Acabaram-se as desculpas.

Obs: "Pelo sofrimento que causa a partir do que espera-se dele..." Então. Tem problema psicológico é quem tá preocupado em não desagradar pelo que é; isso sim é uma patologia psíquica. E é exatamente esse o rumo da medicina: ao invés da pessoa negar o que é pra agradar os outros, cura-se da patologia que é querer agradar contra a própria natureza e faz aceitar os próprios impulsos.

O motivo da preocupação legal e do rumo médico que estão em questão é justamente esse: é uma patologia querer agradar os outros contra a própria natureza individual, e quando isso é absurdamente tentado criam-se outras patologias psíquicas. Então, CURA-SE a patologia inicial e evita-se as outras, fazendo o indivíduo aceitar os próprios impulsos e dar um "f..." pra quem não gostar SÓ por opiniões pessoais subjetivas.

___________________________-

Como eu já mencionei acima: também considero um "distúrbio" o psicológico ir em sentido contrário ao biológico. Mas que se f... o que eu acho "correto" ou não, a vida é do cara! E NÃO se enquadra em nenhuma definição médica ou científica que caracterize "doença".

Eu gosto da liberdade de ser que a democracia me dá.
Eu sou taoista por religião, sou usuário de sistemas Linux, pratico artes marciais pelo seu caráter metafísico e NÃO por esporte, prefiro andar de moto a carro mesmo em baixo de chuva e não saio de casa sem um chapéu ou um boné na cabeça. É um monte de coisa diferente da "maioria",e a democracia me permite ser assim sem nem ter que me justificar pra ninguém.

E ela dá essa liberdade também a outras pessoas, diferentes de mim, e eu convivo de boa com elas e suas opiniões sobre a vida, diferentes da minha. Se fosse um "preço" a eu pagar, conviver com diferenças, se fosse algo "ofensivo" pra mim e eu considerasse como "doença" coisas diferentes de mim, então EU é que teria uma patologia psíquica seríssima.


54. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Perfil removido
removido

(usa Nenhuma)

Enviado em 03/05/2013 - 21:41h

Pessoalmente, nesses meus 46 carnavais, aprendi a não julgar pessoas por opções quaisquer.
Fato e real, não é conversa de quem se "esconde" atrás de perfil virtual.

Seria uma evolução da humanidade aceitar as individualidades. Mas toda a forma com a qual o mundo existe como agora, desde tempos antigos, está baseado na procriação/proliferação dos homens.

Acredito que renegar qualquer opção sexual fora dos ditames cristãos, tem a ver com a desobediência ao " Crescei-vos e multiplicai-vos". E tomar decisões baseadas em dogmas/religião/crença é, no mínimo, deixar de pensar livremente.

O único mal tangível que um casal homossexual faz é à economia. Homossexuais não procriam e, consequentemente, não movimentam a escala industrial do consumo. E o que faz a economia crescer em qualquer lugar do mundo, seja nessa era ou no passado, é gente!

É gente crescendo, vestindo, alimentando, bebendo, comprando, comprando...


Ô pessoal da falsa moral, dá um tempo!
Já somos mais de 5 bilhões...

Esqueçam a individualidade sexual e pensem na família.
A família é que é a base da sociedade, e não a sexualidade.


55. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Luciano
Rei Tenguh

(usa Arch Linux)

Enviado em 03/05/2013 - 21:51h

Obs:
Não acho "confusão" debates de opiniões, como já mencionei acima. E, se for, então resolve: deixa como está, sem conversar sobre transformar em doença algo que a ciência sabe que não é. Mas não é o caso, não acho "confusão".

Aliás,lembrando da dialética de Hegel: uma tese SEMPRE pede uma antítese, e da simbiose entre tese e antítese nasce a síntese, que é uma opinião mais elaborada por englobar mais aspectos. A meu ver isso não é "confusão", é o caminho natural do conhecimento humano, sempre evitando o estabelecimento de um Status Quo não questionado.

______________________

Izaías:
Mas é que "Narciso acha feio o que não é espelho"... ^^


56. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Perfil removido
removido

(usa Nenhuma)

Enviado em 04/05/2013 - 00:02h

Não sou entendido de leis e muito menos conheço todos os pormenores desse projeto. O que sei dele é o pouco que li na Internet e assisti nos jornais televisivos. Portanto, se eu cometer algum equívoco sobre ele aqui, por favor me corrijam.

Primeiro, é importante saber se o objetivo do projeto é “Instituir o homossexualismo como doença e consequentemente, permitir o seu tratamento”, ou apenas “Permitir o tratamento opcional do homossexualismo como doença”. Notem que são duas coisas bem diferentes. Pelo que eu tenho lido, a segunda opção é a correta.

Nesse caso, eu sou totalmente a favor.

Luciano, eu também concordo parcialmente com o seu argumento de que
“Algo é considerado "doença" quando causa sofrimento e/ou degeneração nas funções naturais que o indivíduo necessita para uma vida diária e social de qualidade.”


Digo que concordo parcialmente, pois por mais que o simples fato de ser homossexual, não faça que uma pessoa prejudique ninguém, não devemos nos esquecer de que um gay pode querer se curar por vontade própria, e nesse caso, ele tem direito sim à receber ajuda profissional.

Imaginemos um senhor pai de família, com uma vida social, amorosa, religiosa e profissional bem resolvida, mas que porém tem alguns desejos secretos pelo mesmo sexo que vem o atormentando. Sejamos sinceros, esse tipo de caso existem aos montes!

Este senhor não seria muito mais feliz se ele simplesmente pudesse “curar” sua homossexualidade?
Ou alguém aqui acredita que ele seria mais feliz se assumisse sua condição sexual, perdesse o amor de sua mulher, o respeito dos filhos e da família, perdesse seu emprego, passasse a sofrer preconceito, e abandonasse a sua religião, só por causa de uma vontadezinha de dar o rabo de vez em quando?

Quais seriam as opções deste senhor, já que ninguém tem permissão para ajudá-lo?

Me respondam uma coisa: ser tímido é doença? Não é! Mas milhões de pessoas buscam ajuda e compram livros para tentar “curar” a timidez. Fazem isso por vontade própria.

===============================================

Saindo um pouco do tema, e voltando a bater na tecla que eu venho batendo constantemente. Pensemos no propósito de toda essa perseguição ao Marco Feliciano. Será que as pessoas que querem destituí-lo do seu cargo estão realmente preocupadas com os homossexuais, ou só querem mesmo atacá-lo?

Na MINHA opinião, esta imagem é o que realmente define a situação: http://sphotos-h.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-prn1/936816_357959227638284_1409206530_n.jpg

Será que o Brasil deixou de ser preconceituoso contra homossexuais da noite para o dia, ou será só coincidência que toda essa onda liberal começou somente após o “surgimento” do Silas Malafaia e do Marco Feliciano na mídia?

Pensemos em uma situação, em que o Marco Feliciano saia da presidência da Comissão dos Direitos Humanos, e entre no lugar dele um outro político, como muitos outros por aí, que não faça porcaria nenhuma pelas minorias, mas que seja discreto e tenha a simpatia do povo. Será que as pessoas continuarão, incansavelmente, fazendo protestos? Nós todos sabemos que não vão, pois isso não dá ibope, não faz sensacionalismo.

Ao longo desses quatro anos que eu pertenço à essa comunidade, eu já vi protesto por muitas coisas aqui. Gente dizendo que ia na marcha das vadias, que ia na marcha da maconha... Mas eu nunca vi ninguém aqui dizendo que ia sair às ruas por causa do baixo salário de professores, por causa das escolas sucateadas, por causa da precariedade da saúde etc... E posso até responder o porquê disso: porquê não dá ibope.


57. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Paulo
paulo1205

(usa Ubuntu)

Enviado em 04/05/2013 - 00:13h

Rei Tenguh escreveu:

Então, seria apenas uma coincidência ele ser constantemente acusado de homofobia e apresentar como primeiro projeto no cargo algo que transformaria isso (ao contrário de quaisquer conhecimentos científicos) em "doença". Só coincidência, a primeira atitude oficial "de peso" ser relacionada exatamente a mentalidade da qual ele foi sempre acusado, certo?
Comprovou por atitudes. Acabaram-se as desculpas.


Como você não prestou atenção, e parece estar julgando uma pessoa apenas pelas manchetes, sem sequer ler as notícias subjacentes, eu volto a informar, agora com mais detalhes.

1) O projeto de decreto legislativo em questão NÃO É de autoria do deputado Marco Feliciano (PSC-SP, integrante da base aliada de Dilma Rousseff), mas sim do deputado João Campos (PSDB-GO, da oposição).

2) É TOTALMENTE FALSO dizer que o projeto institua "cura gay", que abra espaço para que psicólogos possam fazer terapias contra o desejo de seus pacientes e muito menos que passe a classificar homossexualismo ou homossexualidade como doenças. Quem diz isso ou está de má-vontade, ou é burro, ou, na melhor das hipóteses, está macaqueando sem compreender nem criticar a informação falsa que recebeu.

3) O projeto tão-somente anula o parágrafo único do artigo 3º e o artigo 4º da Resolução 1 de 1999 do CFH que versa sobre a postura do profissional de Psicologia em questões de (homo)sexualidade. O próprio artigo 3º (fora o referido parágrafo), que é o que proíbe o psicólogo de ministrar terapia não-solicitada relativa a sexualidade e a "patologização" de comportamentos sexuais, é mantido, assim como todos os demais artigos e itens da tal resolução.

4) Os trechos da Resolução 1 tornados sem efeito são, além de inconstitucionais, gravemente subjetivos, abrindo espaço para a perseguição dos profissionais até por conta de eventuais boatos.

5) O próprio Feliciano convidou todos os membros da CDHM (que disseram sob os holofotes que iriam renunciar a ela por causa da presença de Feliciano na presidência, mas que em verdade não renunciaram coisa nenhuma depois que as câmeras da TV se desviaram deles) a participarem das discussões a respeito do referido projeto na comissão. Logo, há espaço, sim, para o contraditório na discussão do projeto na comissão. Só não vai haver discussão ampla se um dos lados, que se arvora em "defensor dos gays" não quiser participar.

6) Na pauta da CDHM está também um projeto que especifica mais formalmente o que é preconceito. Sem dúvida, muito oportuno de se discutir.

7) Em todo caso, a CDHM não é a última instância de qualquer um desses debates. Como algumas pessoas lembraram com muita propriedade, Feliciano só parou na CDHM porque essa comissão é considerada pouco relevante por todos os partidos de maior porte.

Logo, não é "certo" "a primeira atitude oficial 'de peso' ser relacionada exatamente a mentalidade da qual ele foi sempre acusado".

E mais um ponto: não cabe nem mesmo dizer "'ao contrário' de quaisquer conhecimentos científicos". Apesar de todo lobby de ambos os lados, principalmente da militância homossexual, não existem conhecimentos científicos sólidos nem contrários nem favoráveis a teses de qualquer lado, mas somente opiniões. Até 1993, a OMS considerava, sim, que homossexualidade era doença, e isso não mudou por conta de qualquer descoberta ou estudo de peso, mas por razões estritamente políticas e esforço de grupos de pressão (ligados aos gays, obviamente).

Obs: "Pelo sofrimento que causa a partir do que espera-se dele..." Então. Tem problema psicológico é quem tá preocupado em não desagradar pelo que é; isso sim é uma patologia psíquica. E é exatamente esse o rumo da medicina: ao invés da pessoa negar o que é pra agradar os outros, cura-se da patologia que é querer agradar contra a própria natureza e faz aceitar os próprios impulsos.

O motivo da preocupação legal e do rumo médico que estão em questão é justamente esse: é uma patologia querer agradar os outros contra a própria natureza individual, e quando isso é absurdamente tentado criam-se outras patologias psíquicas. Então, CURA-SE a patologia inicial e evita-se as outras, fazendo o indivíduo aceitar os próprios impulsos e dar um "f..." pra quem não gostar SÓ por opiniões pessoais subjetivas.


Epa! Peralá!

Em primeiro lugar, foi você quem insistiu, em várias de suas primeiras mensagens neste tópico, que doença haveria se houvesse sofrimento, que você supunha não existir. Mostrado o sofrimento, você mudou sua opinião? Simples assim?

Só que sua mudança de definição, expressa acima, pega carona numa distorção do que eu disse. Você pegou apenas uma parte do que eu expressei, enfatizando o conflito com o que vem de fora e suprimindo a parte do conflito do indivíduo consigo mesmo e com o que pode ser meras projeções do que ele imagina que possam esperar dele.

Além do mais, eu considero que refrear certos impulsos é absolutamente essencial, e doentio seria deixar de o fazer, ou deixar de buscar tratamento médico e psicológico para o fazer, em nome de um estado ou condição natural real ou suposta. Todo mundo, em determinados momentos, tem impulsos de tomar o que não lhe pertence, de investir sexualmente contra alguém, de agir com violência, e só deixa de o fazer -- se deixar -- por causa de limites sociais e morais previamente arraigados ou por temor de alguma força repressora ou punitiva. E, para não dizer que eu enumerei apenas aspectos que dizem podem atingir a liberdade alheia, existem impulsos exclusivamente pessoais, alguns dos quais autodestrutivos (ainda que não sejam percebidos como tais por quem os tem) ou que impingem sofrimento que, em primeira análise, é estritamente individual, como consumo de drogas (incluindo álcool e tabaco), ansiedade, sociofobia, anorexia, glutonaria, narcisismo, e uma longa lista de possíveis "-ismos" e "-ias".

Como eu já mencionei acima: também considero um "distúrbio" o psicológico ir em sentido contrário ao biológico. Mas que se f... o que eu acho "correto" ou não, a vida é do cara! E NÃO se enquadra em nenhuma definição médica ou científica que caracterize "doença".


Numa coisa possivelmente concordamos: o que alguém faz entre quatro paredes não diz respeito nem ao Estado nem a qualquer outro indivíduo -- ao menos enquanto seus frutos permanecerem estritamente dentro dessas paredes. Então, que os nossos vizinhos que eventualmente forem gays não tenham por hábito sexo selvagem que envolva gritos que cheguem ao meu ou ao seu apartamento. ;)

Entretanto, temo que a questão seja um pouco mais complicada de delimitar do que o que você enuncia acima. Para começar, porque a Medicina (incluindo a Psicologia), em particular, e as ciências, em geral, não se ocupam, voluntariamente, com aspectos do indivíduo que estejam fora do corpo e da mente -- e eu acredito que doenças podem existir no espírito de cada ser humano. Mas mesmo se o problema for encarado com um foco estritamente natural, as definições de doenças, tomando como exemplo gritante as alterações que vêm sendo feitas, ao longo das últimas décadas, nas classificações da própria OMS, obedecem muito mais a critérios políticos e influência de grupos de pressão do que a qualquer descoberta científica. E, em certa medida, algo parecido pode ser dito sobre tratamentos.

E é assim em outras áreas da vida também. Durante quase uma década tivemos o saco enchido com alardes e alarmes sobre "aquecimento global" e mudanças climáticas supostamente causadas pelo homem, que provocaram uma onda de políticas de intromissão dos governos mundo afora nos negócios e na vida das pessoas. Nos últimos anos, os termômetros com leituras mais baixas, não só no planeta, mas também nas economias de quase todos os países, o foco mudou -- mas ninguém da laia de Al Gore veio se desculpar pelas mentiras, e muito menos veio a desfazer as políticas de estado-babá (ditatoriais) que se nos foram impostas em nome da "sustentabilidade".

Eu gosto da liberdade de ser que a democracia me dá.


Sim, eu também. E é por isso mesmo que eu não posso aceitar, por exemplo, que se busque desqualificar o pensamento de ninguém, nem mesmo do famigerado deputado Feliciano. E muito menos que se atribuam pechas e rótulos simplistas -- como esse de "cura gay" -- para se macular um assunto cujo debate é muito mais relevante do que querem fazer parecer.

Eu sou taoista por religião, sou usuário de sistemas Linux, pratico artes marciais pelo seu caráter metafísico e NÃO por esporte, prefiro andar de moto a carro mesmo em baixo de chuva e não saio de casa sem um chapéu ou um boné na cabeça. É um monte de coisa diferente da "maioria",e a democracia me permite ser assim sem nem ter que me justificar pra ninguém.

E ela dá essa liberdade também a outras pessoas, diferentes de mim, e eu convivo de boa com elas e suas opiniões sobre a vida, diferentes da minha. Se fosse um "preço" a eu pagar, conviver com diferenças, se fosse algo "ofensivo" pra mim e eu considerasse como "doença" coisas diferentes de mim, então EU é que teria uma patologia psíquica seríssima.


Concordamos nisso inteiramente.


58. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Perfil removido
removido

(usa Nenhuma)

Enviado em 04/05/2013 - 00:13h

De fato, Gedimar. Coisas que realmente importam, a sociedade não discute.
O que interessa mesmo é consumir!!! Vai um Nike, aí?

Mas desde quando a bestialidade pensa?
...Ê! Vida de gado:





59. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Paulo
paulo1205

(usa Ubuntu)

Enviado em 04/05/2013 - 01:12h

izaias escreveu:

O único mal tangível que um casal homossexual faz é à economia. Homossexuais não procriam e, consequentemente, não movimentam a escala industrial do consumo. E o que faz a economia crescer em qualquer lugar do mundo, seja nessa era ou no passado, é gente!


Hummmm... Sei não...

Crescer, possivelmente, a economia não cresceria se todo mundo fosse gay -- aliás, se todo mundo fosse estritamente gay a humanidade estaria extinta já "na próxima geração", que por óbvio não existiria. Mas, em determinados segmentos de consumo, solteiros, em geral, e gays, em particular, são os consumidores ideais, pois teoricamente não precisariam preocupar-se com preservar patrimônio para deixá-lo a herdeiros, podendo ter um comportamento mais consumista. Já li artigos sobre o fato de que as indústrias de entretenimento e turismo darem atenção especial a esse público que supostamente tem menos receio de "viver intensamente, aqui, agora".

Mas sim, concordo com você: isso não seria crescimento, mas mera transferência de renda. Só que o receptor dessa renda transferida não está nem aí, já que ele e o seu patrimônio pessoal estão crescendo.

Contudo, hoje em dia não sei se ainda é assim tão simples. É razoavelmente comum que duplas de homossexuais adotarem crianças, e duplas de lésbicas que geram filhos por meio de [*****] obtido por doação.

É gente crescendo, vestindo, alimentando, bebendo, comprando, comprando...


É, mas não estou tão certo de que consumo gere riqueza. Riqueza é investimento, e investimento requer -- isso, sim -- poupança. Em todo caso, em geral famílias talvez poupem ainda um pouco mais do que indivíduos que eventualmente não se preocupem com o amanhã.


Ô pessoal da falsa moral, dá um tempo!
Já somos mais de 5 bilhões...

Esqueçam a individualidade sexual e pensem na família.
A família é que é a base da sociedade, e não a sexualidade.


Daqui a pouco vão chamá-lo de reacionário. Vê lá, hein! ;)


60. Re: Projeto do Feliciano: "Cura Gay"

Supervisor dos Moderadores
Buckminster

(usa Debian)

Enviado em 04/05/2013 - 01:41h

Dá-lhe paulo1205.

Concordo e assino embaixo.

Como eu falei, o cara vai ficando velho e cansado. Deixo espaço para a juventude. Mas não me entrego. Se a força me faltar no braço, na coragem me sustento.

Eu ía pesquisar sobre isso, mas me faltou vontade. Reconheço a minha incompetência.

É bom ver alguém que ainda se informe e corra atrás da verdade.

Eu já pendurei minhas chuteiras nessas questões. Só dou palpite sério em questões técnicas de informática. E ainda assim são meros palpites.

Para dirimir essa questão, alguém aí sabe QUAL é o número desse Projeto de Lei?
E se originou da Câmara dos Deputados ou do Senado ou da própria Presidência da República?






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