W.I.N.E is not emulator

Tenho lido certas discussões sobre vírus no wine e outras dúvidas. Esse breve artigo explicar certas características conceituais do wine e ajuda a entender o seu poder e suas limitações.

[ Hits: 17.110 ]

Por: Edwal F. Paiva Filho em 04/07/2008


Estrutura prática do Wine



Se você pensar que o wine "substitui", em muitos casos, a enorme estrutura do Windows, sem precisar do Windows, chegará à conclusão que o wine é algo muito mais pretensioso do que um simples emulador.

Não foi por acaso que levou tanto tempo para ser desenvolvido e ainda está em evolução.

Quando você instala o wine ele fica gravado no diretório /root/.wine e, até aí, ele nem funciona, nem serve para nada. Quando é rodado o comando "winecfg" é criado um novo ambiente wine no diretório /home/$USER/.wine .

Cada usuário tem que logar e rodar de novo o "winecfg", sendo criado um wine para cada user (user=nome do usuário para login).

Se você instalar programas como user1, os seus programas ficam separados do user2. Da mesma forma se você substituir as bibliotecas que estão em windows\system32\ por bibliotecas nativas ou alternativas.

Isso só vale para o $USER (usuário que está logado) que fez a operação, não afetando os demais usuários. E ocorre porque um usuário comum não pode escrever no /root.

Dá para começar a desconfiar porque não se usa wine como root. No mínimo cria-se uma bagunça que não vai funcionar nem como usuário comum nem como root.

No outro extremo, se houver qualquer problema tudo que você fizer como root afeta o Linux em si.

Um ponto interessante é o registro, um dos pontos vulneráveis do Windows. O wine também possui um registro porque os programas instalados precisam de um lugar para escrever a sua configuração. Todavia o registro do wine é bem diferente do registro do Windows, sendo bem mais simples pode ser editado com um "falso" regedit.

Na configuração do wine você pode definir o tamanho de tela que você quiser, mas a grande vantagem do wine sobre o emulador e o virtualizador é o acesso.

Emuladores rodam em casulos ou arquivos que simulam (ou emulam) um drive, não tendo acesso fácil e prático aos demais drives. Isso tem melhorado nos emuladores mais avançados, mas o sistema de arquivos precisa ser compatível. Você não vai acessar uma partição reiserfs com o Windows.

No wine você tem acesso a todo os drives onde o Linux tem acesso, com qualquer sistema de arquivo que o Linux tenha acesso. Tem-se a sensação que temos um Windows rodando em reiserfs, por exemplo.

Decorre que o wine (lá vai a heresia) é uma grande ferramenta para completar o Linux. Por exemplo, uso meu dicionário preferido de inglês no wine. Depois que se instala e configura (o que funciona) parece que tudo é Linux.

Ao pensar em wine, não se pode raciocinar como se estivéssemos tratando com um emulador, mas com um código win32 convertido para Linux.

Tal como qualquer outro programa, os vírus e spywares podem rodar em wine e se alojar nos arquivos salvos como se estivessem no Windows. Todavia a estrutura diferente do wine vai dificultar algumas ações destes.

Note que a infecção limita-se às partes onde o usuário logado tem acesso. Se você estiver muito preocupado, há antivírus que rodam em wine. Consulte a lista de programas no www.winehq.org.

Ainda precisa pesquisar um pouco mais se os spyhunters (caçadores de intrusos) rodam no wine. Instalei o meu preferido, o spybot, mas ele não gostou muito. Não sei, talvez um pouco de teimosia resolva.

Em tese o firewall do Linux deveria funcionar para o wine, uma vez que o acesso a internet (ou rede se preferirem) é o mesmo do Linux. O wine só acessa hardware através do GNU/Linux.

Fica faltando explicar porque alguns programas (outros não) rodam mais rápido no wine que no Windows. O Microsoft Office roda mais rápido no wine que no próprio Windows.

Conclusões:

1) W.I.N.E W... Is Not Emulator - o wine é mais rápido e mais confortável que um emulador, perdão... virtualizador, mas não é tão completo como um emulador em termos de compatibilidade e suporte. Todavia isto não é uma escolha maniqueísta, pode-se usar os dois no mesmo Linux, em qualquer distro.

Peço ao pessoal que sabe muito para comentar com contribuição técnica, principalmente com as experiências bem sucedidas e mal sucedidas.

Grato pela leitura.

Página anterior    

Páginas do artigo
   1. O que é o wine
   2. Estrutura prática do Wine
Outros artigos deste autor

Jack, Rosegarden, midi e áudio no Debian/Ubuntu

Filosofia do Open Source, um novo jogo?

Slackware descomplicado para iniciantes

Porque o Linux é difícil

Como acelerar o GNU-Linux

Leitura recomendada

O "Synaptic"

Gerenciamento de Pacotes com Flatpak: Vantagens e Desvantagens

i3 - Tilling Window Manager

Bioinformática - Instalação do SNAP workbench

Cacti - O melhor monitor de link (FreeBSD 6.1)

  
Comentários
[1] Comentário enviado por DanielGimenes em 04/07/2008 - 13:51h

Parabéns! Artigo muito bem escrito!

Não sabia (ou não tinha pensado) sobre vírus no Wine. É essa uma ameaça real?

Gostaria de reforçar ao pessoal que sim, existem programas que rodam mais rápido no wine do que no Windows.

Acredito que isso seja possível porque o acesso aos drivers, métodos de I/O em geral, etc são mais consistentes no linux. Não tem aquela meleca que é no Windows.

[2] Comentário enviado por Tulio Hoffimann em 05/07/2008 - 00:10h

Edwal,
Parabéns cara... ficou show de bola o artigo!

Deu pra esclarecer diversas duvidas que eu tinha sobre o wine, fico aguardando por mais artigos :D

Abraço.

[3] Comentário enviado por Ragen em 05/07/2008 - 11:31h

O Kiko tá comendo a sua mãe.

Tem sempre uns bestas que não ajudam em nada e ainda vem tirar onda. Quer ser o bonitão, posta alguma coisa de útil ai zé mané.

Isso daqui não é fórum onde você posta pra ganhar "estrelinhas" não seu lixo.

[4] Comentário enviado por proberio em 06/07/2008 - 09:08h

Muito bom seu artigo, bem vou me precaver no caso dos virus!

[5] Comentário enviado por removido em 06/07/2008 - 13:42h

O seu artigo é ótimo para quem pretende utilizar aquele programa ainda em windows. Que tal falar mais sobre o assunto da configuracão? Abraco fraternal.

[6] Comentário enviado por ruhanbidart em 07/07/2008 - 09:19h

Muito bom o seu artigo, bem escrito e conciso. Me tirou algumas duvidas sobre a estrutura do WINE que vinham sendo matutadas em minha cabeca ha tempos.
Meus parabens.

[7] Comentário enviado por darkjeff em 07/07/2008 - 09:29h

Realmente um ótimo artigo. Parabéns nicolo, aguardo artigo de como configurar.
Uma dúvida: Não sei se é por causa da minha máquina ou por erro de configuração, mas o Fireworks ( Versão MX ) não roda tão bem quanto roda no Windows. Teria alguma dica ou sugestão de como configura-lo ?

Grato.
darkjeff
^^

[8] Comentário enviado por nicolo em 09/07/2008 - 15:31h

Pensei em escrever um artigo sobre a configuração do W.I.N.E, mas já existem dois artigos específicos sobre o assunto no VOL. Voltarei a ler esses artigos e verificar se há algo que possa ser acrescentado.
Grato pela leitura.
Edwal (nicolo)

[9] Comentário enviado por rogerio_gentil em 17/12/2009 - 13:31h

Muito interessante este artigo. Acabei de formatar meu note para finalmente extinguir o velho e bom XP e colocar um GNU/Linux. Como o Ubuntu é a sensação do momento me senti na obrigação de dominá-lo como desktop. Depois disso instalei o Wine e fiquei imaginando se havia uma possibilidade de infecção por softwares maliciosos. Este artigo me ajudou a entender melhor como funciona o Wine.
Valeu!


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts