Este modelo de produção de software tem se mostrado bastante eficiente em produzir software de qualidade e de larga aceitação, a exemplo do
GNU/Linux, sistema operacional robusto, seguro, onde vírus existem apenas como prova de conceito e seus efeitos são inócuos, ou ainda o servidor web Apache, responsável por disponibilizar na internet a maioria do sites existentes. A lista de software livres disponíveis é muito grande e está em franca expansão.
Quando uma empresa ou um cidadão paga por uma licença de software, supõe-se que juntamente ao software seja fornecido uma série de facilidades que garantam seu pleno funcionamento, como manuais de uso, instruções de instalação e configuração. Também é comum a contratação de serviço de suporte, normalmente do próprio fornecedor do software. Por outro lado, o software livre não dá garantia alguma, eximindo seu mantenedor de qualquer responsabilidade ou compromisso. Isso pode parece ruim, mas o efeito real é positivo:
a) Eliminação do chamado vendor lock-in [6]: O utilizador de software livre pode recorrer a qualquer prestador de serviço que o forneça a melhor relação custo-benefício, não se limitando àquele único fornecedor do software proprietário, criando assim uma oportunidade de negócios para pequenas empresas de suporte.
b) Aprimoramento pessoal: Na ausência de garantias, o utilizador de software livre é motivado a buscar o conhecimento com outros usuários. Esta conduta cooperativa de dá e receber informações contribui para o crescimento pessoal do utilizador de software livre.
Quanto a documentação, ao contrário do que se possa esperar, é produzida em grande quantidade, não necessariamente pelo mantenedor do software, mas por toda a comunidade que acaba por incluir nesta documentação sua própria experiência e dificuldades superadas. Junte a isto a liberdade de adaptar o software para sua necessidade e o resultado será um ambiente propício ao surgimento de uma indústria local de software.
A adoção de software livre por empresas de governo tem importância estratégica e afeta diretamente a soberania nacional, pois elimina a dependência de fornecedores estrangeiros, evita problemas por mudança compulsória ou descontinuação promovida por estes fornecedores, aumenta a segurança, pois o acesso ao código garante que todo o seu comportamento seja conhecido e auditado. Em casos extremos, elimina a possibilidade de sanções políticas como o boicote econômico promovido pelos Estados Unidos a Cuba.
Ao produzir software livre, empresas públicas podem compartilhar conhecimento e recursos com toda a comunidade evitando o retrabalho, ganhando produtividade, melhorando a qualidade de seus produtos, promovendo economia de recursos que podem ser investidos em capacitação e aumentando a transparência da administração pública.
O ensino superior e a pesquisa também se beneficiam do uso de software livre, não somente pelas vantagens óbvias da economia em licenciamento, mais sobretudo pela possibilidade de estudar código fonte de software de alta tecnologia. Voltando a analogia com engenharia eletrônica, isto equivaleria ao acesso a projetos de fabricação de chips e processadores.