Por que e como referenciar artigos nos sites de informática

A diferença entre um artigo baseado em outro e o plágio é somente a citação. Pode-se fazer um artigo sem nada de original, baseado em outros, mas absolutamente legítimo, desde que os créditos sejam dados a quem os merece. Descreve-se uma forma sucinta e fácil de referenciar as fontes de informação para artigos sem pretensões acadêmicas em sites e fóruns na internet.

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Por: Elias Zoby em 06/10/2008 | Blog: http://concordancia.webs.com


Do plágio à citação



Elias Carlos Zoby

A diferença entre um artigo baseado em outro e o plágio é somente a citação. Pode-se fazer um artigo sem nada de original, baseado em outros, mas absolutamente legítimo, desde que os créditos sejam dados a quem os merece. Descreve-se uma forma sucinta e fácil de referenciar as fontes de informação para artigos sem pretensões acadêmicas em sites e fóruns na internet.

A Ciência é construída como uma escada em que cada cientista, descoberta ou dado novo é um degrau acima. Até agora, o único autor absolutamente original de que se tem notícia foi o criador do Big Bang.

Com frequência vemos, em sites sobre Linux, reclamações de artigos que usam informação de outros sem citar a fonte original. Boa parte das vezes a falta é por ignorância do autor, sem má fé, outras o problema é preguiça, outras... Seja qual for o motivo, isso é plágio.

Todas, friso, TODAS as vezes em que for usada informação, citação (literal ou não) ou mesmo a idéia de alguém, essa pessoa é merecedora do crédito (referenciação). O ponto fundamental é a idéia, a criação.

Referências são os dados, as informações obtidas em outro local e utilizadas (nomes do autor, obra, editor, cidade, data, página). Uso direto pode ser por citação literal (deve vir entre aspas), citação não literal (dizer o mesmo em outras palavras), ou pela aquisição do conhecimento (alguém informou que o software X para ser compilado num determinado kernel requer modificação no arquivo Y, e por ter essa informação você descreve ou realiza algo).

Isso não quer dizer que deva-se citar o criador do comando grep na primeira vez que usá-lo, a não ser que o texto verse sobre o próprio comando. O que se pretende registrar é o nome do autor da obra intelectual, algo que pode ser palpável, caso dos livros impressos, ou não; e permitir que o leitor possa consultar as obras. Enquanto o comando grep é uma ferramenta, assim como a caneta, teclado etc., e dispensa creditação.

Nos casos de citação, literal ou não, ou seja, cópia, a referenciação é imperiosa e urgente, tem de ser feita imediatamente após, colocando-se o sobrenome da fonte, ano e página entre parênteses (FULANO ano página); ou "segundo FULANO (ano página) isso é assim e assado". "Quando se trata de autor que escreve sob pseudônimo, este deverá aparecer como nome... Porém se se conhece o nome próprio do autor, este precederá o pseudônimo..." (FERRARI 1982 p. 214). Se a informação foi obtida de autor que citava o original coloca-se (AUTOR ORIGINAL, ano, apud AUTOR DE QUEM VOCÊ PEGOU, ano): "Segundo FULANO (1500, apud SICRANO, 2005)..."

Nos outros casos a referenciação é feita ao final do texto.

Outra forma de dar o crédito às citações é colocar entre parêntesis o número da referência. Essa é menos prática porque se uma mesma obra for citada várias vezes, por diferentes páginas, cada uma terá de ter sua entrada própria na seção Referências Bibliográficas, aumentando muito a lista.

A completude dos dados referenciais é dependente da fonte. Na Internet geralmente não se tem número de página, e muitas vezes nem o ano da publicação. Em artigos acadêmicos, deve-se informar o dia em que o site foi acessado. Mas no caso dos fóruns e artigos menos formais o essencial é preservar a autoria, título da obra e, quando disponível, o ano em que foi escrita.

As referências devem ser numeradas, seja na ordem em que foram citadas no texto ou alfabética.

A ordem e tipo de colocação é: SOBRENOME, Nome abreviado ou não. Título da obra em negrito. Edição. Cidade: Editor, ano. página.

Quando não se conhecer algum dado: Anônimo. Título da obra em negrito. s.l.: s.n., s.d. (ou c. ano, c. 2002, quando tem-se uma aproximação do ano). Se não informada edição, presume-se a primeira.

Exemplos de diversos casos:
  1. Até três autores. SILVA, J. da. PEDREIRA, M. Nome da obra em negrito. Maceió: Mar Verde, 2008. p. 30.
  2. Autor de nome hispânico ou indicativo de parentesco. GARCEZ PESADO, J. MOREIRA FILHO, R. Nome da obra em negrito. 2ª ed. Cidade: Editora, c. 1960. p. 30-7.
  3. Três ou mais autores. SILVA, J. da et al. ...
  4. Pseudônimo de nome desconhecido. SLACKER25 (pseud.) ...
  5. Pseudônimo de nome conhecido. SILVA, J. da (Slacker25). ...
  6. Artigo da Internet sem nome do autor, nem local, nem data, mas com nome da instituição. NOME DA INSTITUIÇÃO. Nome do artigo em negrito. s.l., s.d. http://www.url/completa (acessado em 30 fevereiro 2020).
  7. Obra sem autor nem instituição responsável. Nome da obra em negrito. ...
  8. Um autor de capítulo de livro de outro autor. SILVA, J. da. Nome do capítulo. In PEDREIRA, M. Nome do livro em negrito. Cidade: Editora, ano. p. 20-55.
  9. Tradução. SILVA, J. da. Nome da obra em negrito. Traduzido da 3ª ed. por Fulano de Tal. 2ª ed. Local: Editor, ano. p. 10-22.
    Essas referenciações são regidas por regras muito mais detalhadas do que o exposto aqui, editadas pela ABNT. Uma compilação pode ser encontrada em: Normas da ABNT - Citações e Referências Bibliográficas (acessado em 03 out. 2008)

    Quanto à linguagem, ocioso dizer que deve ser na norma padrão da língua, clara, concisa, evitando preconceitos etc.

    Em suma "copiou citou, citou referenciou" (anônimo). A diferença entre um plagiador e um autor que baseou-se em outro é a referenciação. Inclusive para efeitos legais.

    Referências bibliográficas

    1) FERRARI, Alfonso T. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1982.

    2) ZOBY, Elias C. Orientação aos autores. Arquivos da AMVHB, vol. 3, n. 1, p. 70-1, 2007.

   

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   1. Do plágio à citação
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Comentários
[1] Comentário enviado por fabio em 06/10/2008 - 12:10h

Muito bom! Tomara que este texto ajude a conscientizar uma minoria que, por falta de informação acredito eu, ainda pratique técnicas diretas ou indiretas de plágio. Nós da moderação procuramos fazer nossa parte, mas muitas vezes parte de texto é extraído de livro ou apostila, ou então de comandos de outros artigos, daí o trabalho de identificação de cópia fica bem dificultado. E por outra via, ainda recebo diversas reclamações e acusações de conivência com plágio por parte de membros mais radicais do VOL.

Tomei a liberdade de criar uma referência ao seu artigo na interface de contribuição de texto:

http://www.vivaolinux.com.br/contribuir/artigo/formIniciarArtigo.php


Um abraço.

[2] Comentário enviado por edupersoft em 06/10/2008 - 12:44h

Bom artigo. Referências bibliográficas e descrição de outras fontes, que serviram de base para a criação do texto, seja um artigo ou livro, só valoriza o texto. Primeiro, porque muitos interessados pelo assunto, seja qual for, irá querer aprofundar sua pesquisa e o texto inicial já apresenta onde ele pode ter outras informações. Além de que mostra outras pessoas que tem a opinião apresentada e/ou usam ferramentas apresentados no site, ou seja, o autor não é o único que pensa assim, ou usa esta ferramenta.

[3] Comentário enviado por ylagooo em 06/10/2008 - 12:54h

Excelente artigo!!!

É muito comum encontrar-mos textos repetidos, ainda mais quando se tratando de internet, em diversos blogs e sites, sendo que não se sabe o que é de quem e quando.

É muita falta de originalidade.

Parabéns!

[4] Comentário enviado por albfneto em 06/10/2008 - 14:32h

Muito bom artigo. Eu costumo citar.
em artigos curtos, as vezes, basta colocar a URL, ou citar (procedimento de Fulano de Tal.
Sou Cientista Quimico, em artigos Científicos Acadêmicos, a citação, referenciação e mesmo checagem dessa Informação é obrigatória.
Artigos repetidos, é um outro ponto. Em Ciência Aacdêmica é considerado plágio e não pode ser feito,nem pelo autor original, isto é não posso publicar o mesmo artigo de Química em mais de uma revista;
Na Internet é permitido, mas minha opinião "baseado" não é uma cópia e mesmo o artigo sendo do próprio autor, não vejo muito sentido em publicar o mesmo texto em mais de uma HP, é melhor simplesmente citar a URL.

[5] Comentário enviado por renato.leite em 06/10/2008 - 14:36h

Muito bom o artigo xD...

ha pouco tempo escrevi um artigo, e não coloquei referências no artigo ( eu não coloquei pq eu não usei outros artigos para escrever o meu ) e tinha um artigo muito bom tambem que tinha quase a mesma de ideia do meu.

O pessoal quase me bateu pq não coloquei o link desse artigo ehehehe, tive ate que tirar o artigo do "ar" para colocar o link do outro artigo... ehehe.

[6] Comentário enviado por albfneto em 06/10/2008 - 14:42h

Quase a mesma idéia do seu, mas o texto é diferente, podia ter deixado.
texto diferente não é cópia, coia seria de voce copiasse o artigo dele, inclusive o texto e não o citasse.
Artigos técnicos é permitido e mesmo artigos Científicos, existe o que se chama Review, Revisão,
artigos que revisam e citam trabalhos de uma determinada área, feitos por outros pesquisadores e claro, com citações e referências.

[7] Comentário enviado por zoby em 07/10/2008 - 00:38h

Fábio, fico até lisongeado em saber que vc inseriu o artigo c/o referência aos autores. Embora eu não tenha c/o negar q o objetivo era esse mesmo. Afinal, se não fosse não teria sentido num site sobre Linux :)

Albfneto, baseado não é cópia no sentido mais grosseiro e literal, mas se não for referenciado é plágio. A não ser q vc somente use a base c/o ponto de partida.

A proteção autoral não é só às palavras, mas, c/o o artigo deixa claro, principalmente à criação intelectual. Quando for cópia literal, não basta só referenciar mas tem de colocar entre aspas.

Agora, se nos aprofundarmos nisso haverá muitas coincidências quando se tratar de descobertas e invenções importantes -- mas só nestas :) Nestes casos, é comum as idéias surgirem praticamente ao mesmo tempo em diferentes pontos do globo. As explicações p/ o fenômeno são várias e vão desde a religiosa (espíritas acreditamos que a espiritualidade divulga o conhecimento simultaneamente nos vários locais e algumas pessoas conseguem captá-las e levar adiante), passando pela psicológica (inconsciente coletivo de Jung), à mais materialista (obra do acaso). E quando isso ocorre surgem as disputas acadêmicas e jurídicas, nas quais alguma das partes pode ter má fé, ou não.

A todos, isto fica contente em ser útil.

[8] Comentário enviado por demoncyber em 07/10/2008 - 14:32h

Ótimo artigo,
bom sempre que posto em fóruns ou escreve textos sempre deixo um bom treicho dedicado as referências. E bom as referências abrem leques as vezes muito mais profundos do que o autor espressou e pode ajudar. Diferente da forma que o zoby propos de referência eu faço uma descrição pessoal da referência, ao estilo.

www.site.com.br - muito bom aprofunda mais o tópico de web
www.blog_fernando.br - fala de forma meio breve do assunto

Dessa forma dando uma dica por onde trilhar o caminho na web :) fica à sugestão.

[9] Comentário enviado por assuero em 08/10/2008 - 11:44h

Trata-se principalmente de ética, e, infelizmente, é algo que não se encontra fácil, quanto mais na teia da internet.
Porém como foi dito, existem aqueles que não o fazer por má fé, e um artigo como este pode abrir suas mentes para procederem da forma correta.
Espero que eu também (algum dia) não me esqueça de fazer o certo, e me lembre deste artigo.

[10] Comentário enviado por chips14 em 09/10/2008 - 12:42h

valeu

[11] Comentário enviado por comfaa em 14/10/2008 - 08:56h

muito bom !!

[12] Comentário enviado por biahotmail.com em 19/10/2008 - 01:23h

quem e vc


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