Venda casada: por que nada é feito a respeito?

37. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 28/03/2013 - 16:06h

clodoaldops escreveu:

2-pq não vale a pena a dor de cabeça p/ pagar 50 reais a menos por um notebook sem SO

No meu caso, quando comprei o notebook em agosto/2011, recebi R$ 300,00 de desconto por vir sem sistema.



clodoaldops escreveu:

-mas agora com a praga do w8 + UEFI eu "tô incomodado"

+1


  


38. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 28/03/2013 - 16:16h

Procurando pela internet há uns exemplos de gente que devolveu o software pro fabricante e foi reembolsado desse custo.

Compensa mesmo só se a pessoa não precisar em absoluto da tralha ou ter um substituto - cópia legal - do mesmo para uso.

Se o sistema viesse em mídia, era só devolvê-la como em ato simbólico e pegar a grana. E como fica agora nesse modelo de "mídia embarcada", vulgo recuperação?

E uma coisa que preocuparia é o tal UEFI. Isso sim é venda casada se outro sistema sem a chave não pudesse ser instalado.


39. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 28/03/2013 - 16:22h

andreuebe escreveu:

(...)

A situação relatada NÃO É FICTÍCIA. Vivi esta situação com a Dell.

Pergunto: isto não é venda casada ?!?

(...)



Detalhe: há pouco tempo a M$ interviu com uma grana prá Dell não quebrar. Eu vi no site deles outro dia e tive a impressão que as máquinas com Ubuntu já não estão com ofertas mais baratas que as outras como antes.


40. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Angelo
Melmoth

(usa Sabayon)

Enviado em 28/03/2013 - 16:31h

O que me preocupa é que os fabricantes e a própria microsoft vão agora utilizar essa brecha na lei para continuar com essa prática pouco louvável. Mas também não me surpreende, pois desde as suas origens, a microsoft utiliza-se de políticas comerciais extremamente agressivas para se impor e sufocar qualquer concorrência a seu carro-chefe: o SO windows. Processos por truste e por atitudes anticompetitivas são frequentes para essa empresa em muitas partes do mundo (até mesmo nos EUA).
Foi mencionado por andreuebe o interesse capitalista. Creio que esse seja o principal motivo: aumentar (ou ao menos manter) a todo custo a sua (já privilegiadíssima) posição no mercado de SO's para usuários finais e para PC's domésticos. E quais seriam as eventuais concorrentes da microsoft no Brasil? Não é a Apple, pois seus PC's e notebooks se dirigem a um segmento da população que apresenta elevado poder aquisitivo. E quanto ao Linux? Bem, muitas distros apresentam as mesmas funcionalidades que o windows, além de maior segurança e estabilidade. Além da característica que é um pesadelo para qualquer capitalista: ele pode ser obtido e instalado gratuitamente. Então o que fazer? Inundar o mercado com notes e PC's com windows de modo a criar um público cativo e que não conheça outras opções (pois a maioria dos consumidores tem apenas conhecimentos básicos de informática e usa o pc p/ atividades triviais - fazer algum trabalho escolar, usar uma planilha, navegar na internet, etc...). Assim, os subsídios aos fabricantes são uma estratégia poderosa para manter esse mercado.

Alguém num post anterior afirmou: quem fabrica tem a liberdade de colocar o sistema que quiser em seu produto. E o consumidor tem a liberdade de comprar ou não.

Em teoria, concordo plenamente!!! Mas o problema, na prática, é que a maioria esmagadora dos produtos comercializados nas grandes lojas de departamento vem com o mesmo SO: o windows. E não há nem mesmo a possibilidade de se obter o produto sem esse sistema: o vendedor limita-se a dizer que isso é impossível (quem não acreditar, por favor faça o teste em alguma loja qualquer hehehe). Portanto onde está a "liberdade" daquela frase de efeito? Só haveria liberdade se existisse ampla diversidade nos SO's oferecidos ou se houvesse a opção de não adquirir o SO.
E como se isso não bastasse, a nova estratégia da microsoft em conjunto com os fabricantes -o Secure Boot - viola ainda mais os direitos dos consumidores ao dificultar a instalação de outro sistema.

Agora, com relação ao questionamento inicial feito por andreuebe: Que fazer? Como mudar este cenário?

Como usuário de software livre, creio que exigir o reembolso do valor do sistema da microsoft sempre que adqurirmos um computador é uma forma de forçarmos as empresas a reverem a suas práticas. Além, é claro de divulgar e incentivar o máximo possível o uso do Linux em nosso meio: família, amigos, colegas de trabalho, conhecidos (e até desconhecidos, rsrsrs). Protestos via twitter e redes sociais poderiam dar mais visibilidade à causa. A ideia de julio_hoffimann é boa: organizar uma petição no avaaz. No terreno político temos o incipiente Partido Pirata. Não sei se já conseguiram o n° de assinaturas para concorrer nas próximas eleições, mas eles compartilham muito da visão aqui exposta.
Também temos que ter coragem de lutar no campo jurídico. Um ótimo exemplo vem de um pessoal da Espanha, que apresentou uma queixa antitruste formal à Comissão Europeia contra a microsoft. A queixa é referente ao uso do recurso Secure Boot da UEFI (Unified Extensible Firmware Interface) em computadores com windows 8.(http://idgnow.uol.com.br/internet/2013/03/26/usuarios-linux-na-espanha-acusam-microsoft-de-inibir-concorrencia/).

P.S.: Notícia fresquinha: o Ministério Público Federal do Espírito Santo ajuizou uma ação civil contra a Caixa Econômica Federal pela prática de “venda casada” nos financiamentos relativos ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Mais um incentivo para não nos acomodarmos nem aceitarmos as práticas imorais de gigantes corporativos.


41. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Luciano
Rei Tenguh

(usa Arch Linux)

Enviado em 28/03/2013 - 23:11h

"Brecha da Lei" é ótimo.
Você não gosta de ter garantia nas coisas que compra? Se fecharem essa "brecha" vai se tornar inviável a garantia pra qualquer coisa que seja e o InMetro pode pode começar a vender salgadinhos.


42. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 29/03/2013 - 00:17h

A tendência da doutrina é afirmar que não há venda casada quando se trata de partes de um mesmo produto, e um SO é assim considerado porque sem ele o computador é praticamente inútil.

Mas aí os leigos dizem: mas temos mais de um SO. A resposta, com um exemplo melhor, é de que temos vários fabricantes de pneus e nem por isso a FIAT, a FORD, a VW e a GM me deixam escolher qual marca de pneu eu quero no meu carro zero.

Agora o que realmente interessa: a licença do Windows. Ninguém é obrigado a aceitar uma licença da MS para utilizar um computador que comprou com o Windows, e, uma vez recusada tal licença (isso é um direito seu), a fabricante do computador deve reembolsar o comprador pelo valor do SO (que será sempre muito menor do que se espera).

Notem que alguns fabricantes não reembolsam pelo Windows (a HP é um deles). Eles recebem de volta o computador, quando incomodados pelos serviços de defesa do consumidor.

Outra coisa a se notar é que sempre haverá quem enxergue uma venda casada na hipótese em discussão, e isso é absolutamente normal, já que o Direito não é uma ciência exata.

Resumindo, se vc quer reembolso pelo Windows, não aceite a licença (EULA) ao ligar o computador pela primeira vez.


43. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 29/03/2013 - 00:33h

Melmoth escreveu:

P.S.: Notícia fresquinha: o Ministério Público Federal do Espírito Santo ajuizou uma ação civil contra a Caixa Econômica Federal pela prática de “venda casada” nos financiamentos relativos ao Programa Minha Casa, Minha Vida. Mais um incentivo para não nos acomodarmos nem aceitarmos as práticas imorais de gigantes corporativos.


Essa venda casada é do seguro de vida que garante o pagamento do financiamento. Sendo assim, é parte de um produto, o que vai permitir "muita discussão" sobre o enquadramento pretendido pelo MPF.

Seria diferente se eu fosse ao banco e pedisse um simples "papagaio", que só me seria dado se eu "comprasse" um seguro residencial. São produtos que não têm qualquer vinculação, o que torna clara a "venda casada".

O exemplo clássico de "venda casada" acontecia (não sei se ainda acontece, já que esse mercado mudou muito) na venda de cerveja aos donos de bares. Eles eram obrigados a comprar a linha de refrigerantes do fornecedor de cerveja, se quisessem a cerveja. Assim, bares vendiam guaraná Antártica porque era bom, e ficavam com o Guaraná Brahma encalhado porque era ruim. E compravam os dois apenas porque precisavam comprar a cerveja das duas marcas. E não era só: muitos não compravam coca-cola porque se o fizessem não recebiam cerveja, nem da Brahma, nem da Antártica (e daí surgiu a Kaiser).


44. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

andre uebe
andreuebe

(usa Linux Mint)

Enviado em 01/04/2013 - 22:14h

pinduvoz escreveu:


Agora o que realmente interessa: a licença do Windows. Ninguém é obrigado a aceitar uma licença da MS para utilizar um computador que comprou com o Windows, e, uma vez recusada tal licença (isso é um direito seu), a fabricante do computador deve reembolsar o comprador pelo valor do SO (que será sempre muito menor do que se espera).

Notem que alguns fabricantes não reembolsam pelo Windows (a HP é um deles). Eles recebem de volta o computador, quando incomodados pelos serviços de defesa do consumidor.

Resumindo, se vc quer reembolso pelo Windows, não aceite a licença (EULA) ao ligar o computador pela primeira vez.



Pois é.. Este é um aspecto interessante. Um dos aspectos da postagem inicial é exatamente este: Ou aceita "goela abaixo" a licença, ou não leva nada..

Reparem que no site da própria Dell, não há a opção de se adquirir computadores com melhor processamento, ou memória, sem o Windows.

E se, não aceitamos a licença e queremos o reembolso (não só do Windows, mas Adobe, antivirus etc, temos que "devolver tudo".

Esta prática é lesiva ao cliente, hipossuficiente. Lembrando-me de um livro que recomendo aos alunos: http://books.google.com.br/books/about/A_m%C3%A1quina_que_mudou_o_mundo.html?id=VS2lhtmxuiIC&red... me vem a mente que a GM tomou à frente da Ford, e a Toyota tomou à frente da GM, em seus devidos tempos, exatamente pela capacidade de customização do produto às necessidades do cliente. Ou seja, tudo que não temos hoje no contexto razão deste debate.


45. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

André Canhadas
andrecanhadas

(usa Debian)

Enviado em 02/04/2013 - 00:00h

Listeiro 037 escreveu:

andreuebe escreveu:

(...)

A situação relatada NÃO É FICTÍCIA. Vivi esta situação com a Dell.

Pergunto: isto não é venda casada ?!?

(...)



Detalhe: há pouco tempo a M$ interviu com uma grana prá Dell não quebrar. Eu vi no site deles outro dia e tive a impressão que as máquinas com Ubuntu já não estão com ofertas mais baratas que as outras como antes.


A tendencia é piorar agora que a M$ tem uma boa parte da Dell:
http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/02/com-ajuda-da-microsoft-dell-fechara-capital-o-que...

A Nokia só perdeu ao se associar com a M$


46. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 02/04/2013 - 00:30h

The only way to fix Linux is to take one distro, one set of components as a baseline, abandon everything else and everyone should just contribute to this single Linux. Whether this is Canonical's Ubuntu, or Red Hat's Fedora or Debian's system or a new joint effort is something that intelligent people will disagree until the end of the days.

A frase acima é do Miguel de Icaza, fundador do Gnome e criador do Mono. Resumindo a opinião do citado programador, um dos grandes contribuidores do movimento FOSS, ouso dizer que a principal força do Linux é também sua principal fraqueza.

A diversidade e a liberdade são berço de inovações, mas também inflam egos que tornam os maiores contribuidores incapazes de enxergar o que é efetivamente necessário para que o GNU/Linux prevaleça sobre os demais sistemas operacionais.

Surge disso a situação descrita pelo Miguel de Icaza, fazendo do Linux um "produto caro" e pouco usado no desktop. Caro? Mas não é de graça? Sim, para o usuário que instala e configura sozinho, não para a grande empresa que tem que instalar, configurar e vender em escala suficiente para ter lucro.

Dito o que precisava ser dito (pelo Miguel, não por mim), resta citar o Linus, que recentemente disse ser condição para o sucesso do Linux (ele não usa o nome "GNU/Linux") a pré-instalação e configuração, ou seja, a opção de adquirir um computador com Linux que funcione a contento. E isso, mesmo em países de terceiro mundo, como o nosso, é difícil de encontrar.

Linus foi além e citou, ou melhor, debitou o sucesso do Android, o Linux para smartphones, ao fato de ele vir pré-instalado. Nesse último caso, penso um pouco diferente. O iPhone estava lá, fazendo sucesso, e desbancando "players" como a Motorola, que não tinha para onde correr exceto para os braços do Google, que sabidamente vêm acompanhados de "bolsos" tão fundos quanto os da Apple. E nessa debandada, até a Microsoft se deu bem ao levar a Nokia, que deverá manter se tiver a mesma competência que o Google mostrou ao mundo.

Resumindo, não posso discordar do Miguel de Icaza e do Linus Torvalds no que diz respeito ao Linux no desktop. Para que ele decole, é preciso primeiro união, depois padronização, duas coisas que levarão à pré-instalação que permitirá uma maior exposição ao público em geral.




47. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Supervisor dos Moderadores
Buckminster

(usa Debian)

Enviado em 02/04/2013 - 00:37h

pinduvoz escreveu:

The only way to fix Linux is to take one distro, one set of components as a baseline, abandon everything else and everyone should just contribute to this single Linux. Whether this is Canonical's Ubuntu, or Red Hat's Fedora or Debian's system or a new joint effort is something that intelligent people will disagree until the end of the days.

A frase acima é do Miguel de Icaza, fundador do Gnome e criador do Mono. Resumindo a opinião do citado programador, um dos grandes contribuidores do movimento FOSS, ouso dizer que a principal força do Linux é também sua principal fraqueza.

A diversidade e a liberdade são berço de inovações, mas também inflam egos que tornam os maiores contribuidores incapazes de enxergar o que é efetivamente necessário para que o GNU/Linux prevaleça sobre os demais sistemas operacionais.

Surge disso a situação descrita pelo Miguel de Icaza, fazendo do Linux um "produto caro" e pouco usado no desktop. Caro? Mas não é de graça? Sim, para o usuário que instala e configura sozinho, não para a grande empresa que tem que instalar, configurar e vender em escala suficiente para ter lucro.

Dito o que precisava ser dito (pelo Miguel, não por mim), resta citar o Linus, que recentemente disse ser condição para o sucesso do Linux (ele não usa o nome "GNU/Linux") a pré-instalação e configuração, ou seja, a opção de adquirir um computador com Linux que funcione a contento. E isso, mesmo em países de terceiro mundo, como o nosso, é difícil de encontrar.

Linux foi além e citou, ou melhor, debitou o sucesso do Android, o Linux para smartphones, ao fato de ele vir pré-instalado. Nesse último caso, penso um pouco diferente. O iPhone estava lá, fazendo sucesso, e desbancando "players" como a Motorola, que não tinha para onde correr exceto para os braços do Google, que sabidamente vêm acompanhados de "bolsos" tão fundos quanto os da Apple. E nessa debandada, até a Microsoft se deu bem ao levar a Nokia, que deverá manter se tiver a mesma competência que o Google mostrou ao mundo.

Resumindo, não posso discordar do Miguel de Icaza e do Linus Torvalds no que diz respeito ao Linux no desktop. Para que ele decole, é preciso primeiro união, depois padronização, duas coisas que levarão à pré-instalação que permitirá uma maior exposição ao público em geral.



Concordo e assino embaixo.


48. Re: Venda casada: por que nada é feito a respeito?

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 02/04/2013 - 00:58h

Finalmente concordamos :-)

PS - Me chama de xiita agora, chama! (rsrsr)






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