A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

1. A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Ricardo Groetaers
ricardogroetaers

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 16:51h

Texto original (abrange outros assuntos):
https://blog.linuxmint.com/?p=3766

Texto resumido (somente acerca do Snap):

2 DE JULHO DE 2019 POR CLEM (Clement Lefebvre) - Linux Mint

Snap

Quando o snap foi anunciado, era para ser uma solução e não um problema.
Supunha-se tornar possível executar aplicativos mais recentes no topo de bibliotecas mais antigas e deixar os editores publicarem seu software facilmente visando múltiplas distribuições Linux, assim como Flatpak e AppImage.

Não era para ser a Canonical a controladora da distribuição de software entre as distribuições Linux e os editores, nem para impedir a distribuição direta dos softwares pelos editores, nem para fazer um software funcionar melhor no Ubuntu do que em qualquer outro lugar, nem fazer da sua loja um requerimento obrigatório.

Se você é, por exemplo, um usuário do Fedora e deseja instalar o Spotify, você deve ir para https://snapcraft.io/spotify , que é uma "loja" da Canonical.
O Spotify não distribui pacotes RPM, appimage, Flatpak ou qualquer outra coisa útil para um usuário do Fedora que queira fazer o download, nem para um mantenedor do Fedora que queira adicioná-lo a um repositório.
Os usuários do Fedora são orientados a ir ao que é essencialmente uma loja comercial operada por um concorrente (Canonical) da RedHat, onde as estatísticas dizem que sua distribuição é apenas a 7ª melhor.

Aqui no Linux Mint, estamos com sorte, ainda podemos baixar o .deb.
Se o Spotify parar de fazer o .deb, o que faremos?
Nós caminharemos para quebrar. Porque temos que ir nesse rumo?
A loja instantânea continuará a permitir que as pessoas baixem arquivos .snap reais no futuro ou isso será bloqueado?
A loja instantânea continuará a funcionar sem uma conta do Ubuntu One ou será bloqueada pelo fornecedor?
Eu acho que é importante apreciar esses aspectos.

Todos nós temos smartphones e todos sabemos o quão grande é a loja do Google Play.
Com que frequência vemos o .apk (pacotes do Android) na Web?
Quão difícil eles são para instalar sem a loja do Google?
Quão livre é um editor para publicar seu próprio .apk estando o .apk presente na loja do Google?
Quem controla tudo isso e o que isso significa para nós?
Quem governa o que pode e não pode entrar na loja?
Quem faz negócios comerciais? Em quem confiamos? E porque ?

Contanto que o snap seja uma solução para um problema, isso é ótimo.
Assim como o Flatpak, ele pode resolver alguns dos problemas reais que temos com bases de pacotes congelados (desatualizados).
Ele pode nos fornecer software que não poderíamos executar como pacotes.
Porém quando começar a substituir pacotes sem nenhum motivo, quando começar a prejudicar nossa interação com os projetos de upstream e fornecedores de software e reduzir nossa escolha, isso se tornará uma ameaça.

Um usuário, por exemplo, do Fedora não deve ser informado sobre o Ubuntu ou o Ubuntu One durante o download de software.
Seu navegador não deve ter marcadores apontando para outra distribuição.
Seu software não deve ser projetado e testado principalmente com outro ambiente de desktop e distribuição em mente, e quando ele olha para screenshots ele não deveria ver o Ubuntu em todos os lugares.
É errado para o Spotify fazer isso e é errado para qualquer fornecedor pensar que tal loja pode ser a única loja para todos os usuários do Linux.
Para que isso funcionasse, precisaria ser governado por todos nós, com objetivos claros, sem preconceitos e sem conflito de interesse.

Quando o Flatpak saiu, imediatamente permitiu que qualquer pessoa criasse lojas.
O software cliente Flatpak pode conversar com várias lojas. O Spotify está no Flathub e eles podem avançar em direção a ele.
Se amanhã eles tiverem uma discussão com o Flathub, eles poderão criar sua própria loja e o mesmo software cliente do Flatpak continuará trabalhando com ela.

Quando o Snap saiu, era apenas um software cliente. O servidor estava de portas fechadas e o cliente não conseguia falar com vários servidores.

Estamos preocupados com isso desde então, mas tudo bem.
Contanto que o Snap não se tornasse o padrão de fato para todos os editores publicarem para todos os usuários do Linux, tudo bem.
Enquanto os editores não parassem de distribuir os pacotes, tudo bem.
Desde que o Snap não tenha removido o que já tínhamos, estava tudo bem.

A Ubuntu Store, que agora é chamada de Snap Store (o que faz sentido, já que só pode haver uma "loja", por design), foi promissor porque poderia fornecer software que não se tinha acesso, e também uma plataforma de pagamento para comprar software comercial.
Está fazendo muito mais do que isso, porém, pode reduzir o livre acesso a softwares livres ou a softwares gratuitos.

Há muitas coisas que você pode fazer com gerenciadores de pacotes (apt / dpkg no Linux Mint) que você não pode fazer com o Snap, e há duas razões para isso.
Primeiro:
Eles estão por aí há algum tempo. Eles são maduros, estão totalmente integrados ao sistema operacional em todas as distribuições.
Segundo:
Eles foram desenvolvidos com o Software Livre em mente.
Não há aspectos comerciais no design do apt / dpkg, é tudo sobre capacitar usuários e distribuições.
Você não pode modificar, reconstruir, fixar, corrigir, espelhar um snap, pressupõe-se que você não deveria fazê-lo.

Fui convidado para participar dos desenvolvedores do Snap e espero que um dia possamos integrar o snap ao Linux Mint.
Embora eu esteja preocupado com o impacto no mercado, acho que o snap funcionaria como um cliente e um formato de arquivo, se não nos prendesse em uma única loja.
Você pode se perguntar por que eu sou tão sincero sobre isso de repente. Há um certo senso de urgência que exige ação do nosso lado.

O Ubuntu está planejando substituir o pacote do repositório Chromium por um pacote vazio que instala o snap do Chromium.
Em outras palavras, à medida que você instala as atualizações do APT, o Snap se torna um requisito para você continuar usando o Chromium e o Snap se instala nas suas costas.
Isso quebra uma das principais preocupações que muitas pessoas tiveram quando o Snap foi anunciado e uma promessa de seus desenvolvedores de que ele nunca substituiria o APT.

O plano não é apenas entranhar o Snap em parte do APT nos lançamentos atuais do Ubuntu, mas também fazer o backport dessa mudança para o Ubuntu 18.04 LTS (Base do Linux Mint 19.X). Nós não queremos que isso afete o Linux Mint.

Eu não acho que os pontos que estamos levantando aqui sejam bem compreendidos pela comunidade.
Espero que falemos com o Ubuntu e o projeto Snap sobre isso. Estamos muito interessados no seu feedback também.
Um Snap Store auto-instalável que substitui parte da nossa base de pacotes APT é um NÃO E NÃO.
É algo que temos que parar e isso pode significar o fim das atualizações do Chromium e o acesso à loja instantânea no Linux Mint.



  


2. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Clodoaldo Santos
clodoaldops

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 17:24h

É a chance de crescimento do LMDE que só carece de um gerenciador de drivers




3. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Ricardo Groetaers
ricardogroetaers

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 18:14h

Nunca experimentei LMDE mas segundo Clem, LMDE não contempla funcionalidades nem a base de pacotes presentes no LMUE (Linux Mint Ubuntu Edition).
Acredito tambem que isso não resolveria o presumível futuro problema com o monopólio da Canonical sobre os pacotes Snap.
Salvo se o Linux Mint criasse um repositório Snap próprio e aberto a desenvolvedores onde eles pusessem depositar seus pacotes Snap, aliado a um Gerenciador de Snap próprio.
Muito dificil isso sem uma infraestrutura grande, coisa que o Mint não tem.



4. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint

Giovanni  M
Giovanni_Menezes

(usa Devuan)

Enviado em 08/07/2019 - 18:28h

Eu nunca tive nada contra o Ubuntu ou a Canonical, sempre ví apenas como um GNU/LINUX como qualquer outro com uma empresa por trás.

Agora, depois de tantas besteiras da Canonical, e se, isso tudo que foi dito pela equipe do Mint for verdade, a Canonical simplismente a partir de hoje não tem mais o meu respeito!

Uma vez que li em um fórum em inglês que não me recordo agora, acho que era o reddit que um usuario dizia o seguinte:

"Dês do surgimento do Ubuntu que o LInux caminha cada vez mais para se tornar igual ao Windows"


Eu não sei o que a Canonical tem na cabeça, se é ter o mesmo poder de influência de uma Red Hat, em todo caso já a um bom tempo eu vejo como muito preocupante ter certos grupos controlando aplicações chave do sistema, imagina todas as distribuições do tipo deb ficarem futuramente nas mãos do Ubuntu e seu snap.


Essa mania de alguns em querer transformar o sistema em um "WINDOWS OPEN-SOURCE" esta destruindo o sistema.


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Somente o Software Livre lhe garante as 4 liberdades.
Open Source =/= Free Software.
https://encurtador.com.br/CGNU5
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5. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Clodoaldo Santos
clodoaldops

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 18:46h

LMDE se tornou um produto de nicho. Tem uma pequena base usuários. Só tem um desktop. Que é o Cinnamon. Nós meus testes se mostrou bastante estável e mais leve que LMUE com Cinnamon. Como usei num laptop cem por cento Intel não tive problemas com drivers.



6. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Andre (pinduvoz)
pinduvoz

(usa Debian)

Enviado em 08/07/2019 - 18:48h

Esses pacotes "all in one", na minha opinião, estão realmente tentando transformar Linux em Windows Open Source.

Uma das melhores coisas do Linux é o gerenciamento de pacotes enxuto, tanto em deb quanto em rpm, que são os mais utilizados.

Trocar isso por algo que vai duplicar, triplicar ou quadruplicar bibliotecas e permitir mais portas para malware, para mim é uma péssima ideia.

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VOL Member SInce Jul/01/2008



7. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint

Ricardo Groetaers
ricardogroetaers

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 20:25h

clodoaldops escreveu: LMDE se tornou um produto de nicho. Tem uma pequena base usuários. ...... Nós meus testes se mostrou bastante estável e mais leve que LMUE com Cinnamon. Como usei num laptop cem por cento Intel não tive problemas com drivers. ....

Existe uma significativa diferença entre "testar" um sistema como um hobby, passatempo, curiosidade e efetivamente usá-lo em suas tarefas diárias.
O que as pessoas (físicas ou corporações) de fato usam são programas, o sistema operacional passa até desapercebido desde que não crie problemas.
Se não houver uma ampla base de programas disponível para rodar no sistema, o sistema, por melhor que seja, será descartado.
Eu senti isso na pele quando migrei para o OS2 nos anos 90.

Giovanni_Menezes escreveu:
Uma vez que li em um fórum em inglês que não me recordo agora, acho que era o reddit que um usuario dizia o seguinte:
"Dês do surgimento do Ubuntu que o LInux caminha cada vez mais para se tornar igual ao Windows"
Essa mania de alguns em querer transformar o sistema em um "WINDOWS OPEN-SOURCE" esta destruindo o sistema.

O usuário que somente deseja um sistema que atenda suas necessidades não pode levar a culpa do Linux não ter "decolado" nos PC e assemelhados ao longo dessas décadas.
O usuário querer e ficar querendo é uma coisa, as distribuições implementarem, se quiserem é outra coisa.
Não consigo vislumbrar uma relação de causa e efeito nisso.

pinduvoz escreveu:
Esses pacotes "all in one", na minha opinião, estão realmente tentando transformar Linux em Windows Open Source.
Uma das melhores coisas do Linux é o gerenciamento de pacotes enxuto, tanto em deb quanto em rpm, que são os mais utilizados.
Trocar isso por algo que vai duplicar, triplicar ou quadruplicar bibliotecas e permitir mais portas para malware, para mim é uma péssima ideia.

Nada a ver com transformar Linux num Windows Open Source ou abrir portas para malwares.
O fato do Snap, AppImage, Flatpak, Compilação Estática, etc, serem grandes é uma consequência natural da sua inter compatibilidade.

O que o Linux Mint está preocupado é com um presumível monopólio da Canonical sobre a distribuição de software e seus editores.
Isso me parece claro no texto. Ex.:

"Não era para ser a Canonical a controladora da distribuição de software entre as distribuições Linux e os editores, nem para impedir a distribuição direta dos softwares pelos editores .....nem fazer da sua loja um requerimento obrigatório."
"Assim como o Flatpak, ele pode resolver alguns dos problemas reais que temos com bases de pacotes congelados (desatualizados)".
"Ele pode nos fornecer software que não poderíamos executar como pacotes."
"Porém quando começar a substituir pacotes sem nenhum motivo, quando começar a prejudicar nossa interação com os projetos de upstream e fornecedores de software e reduzir nossa escolha, isso se tornará uma ameaça."


Mas parece que o enfoque do texto não está sendo devidamente compreendido, o que já era previsto.

"Eu não acho que os pontos que estamos levantando aqui sejam bem compreendidos pela comunidade."


8. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint

Perfil removido
removido

(usa Nenhuma)

Enviado em 08/07/2019 - 21:33h

Giovanni_Menezes escreveu:

Eu nunca tive nada contra o Ubuntu ou a Canonical, sempre ví apenas como um GNU/LINUX como qualquer outro com uma empresa por trás.

Agora, depois de tantas besteiras da Canonical, e se, isso tudo que foi dito pela equipe do Mint for verdade, a Canonical simplismente a partir de hoje não tem mais o meu respeito!

Uma vez que li em um fórum em inglês que não me recordo agora, acho que era o reddit que um usuario dizia o seguinte:

"Dês do surgimento do Ubuntu que o LInux caminha cada vez mais para se tornar igual ao Windows"


Eu não sei o que a Canonical tem na cabeça, se é ter o mesmo poder de influência de uma Red Hat, em todo caso já a um bom tempo eu vejo como muito preocupante ter certos grupos controlando aplicações chave do sistema, imagina todas as distribuições do tipo deb ficarem futuramente nas mãos do Ubuntu e seu snap.


Essa mania de alguns em querer transformar o sistema em um "WINDOWS OPEN-SOURCE" esta destruindo o sistema.


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Mano, não se caminha, já é... Ubuntu é o Windows do mundo Linux... Por isso que tanta gente ama e defende ele... Veja quanto defendem o Windows mesmo ele metendo ***** em vc... pois é...
Isso se iniciou lá atrás desde o tempo do link da Amazon q afetava a privacidade dos usuários.
Removendo os ícones do desktop, ligando mais pra IoT e servidores que pro desktop (bem MS!!!), tomando decisões sem consultar os usuários, tipo a remoção das libs 32-bits (bem MS!!!) e que voltaram atrás pela pressão da Valve, Wine e da mídia indo contra o Ubuntu e favorecendo outras distros como opção pra migração.
Adicionando telemetria no sistema foi algo bem MS!!! Felizmente ainda se pode remover, já no Windows, er... não!
Forçando as pessoas a usarem snap e os instalando por padrão no sistema... A pouco tempo após o lançamento da 18.04, a remoção do snapd trazia sérios problemas para o Ubuntu, mas a partir das point releases que se seguiram o problema foi resolvido... Muitos pacotes que antes existiam no repo viraram snaps e são pré instalados, logo se você remover o pacote snap e tentar instalar via repo, dependendo do pacote, ele já não existe no repo ou está numa versão muito antiga, usam a desculpa do "package freezing" pra forçar as pessoas a optar pelo snap que "é mais atualizado e SEGURO*"... Quanto a segurança eu tenho minhas duvidas... O snap não é 100% open source, parte dele é fechado e pertence a Canonical... Snap não é universal como dizem, ele depende do systemd e distros que não usam esse init não podem rodar snap oficialmente.
Canonical só faz burrada, nem parece empresa séria.


9. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Matt William Neis
Matty

(usa Arch Linux)

Enviado em 08/07/2019 - 22:38h

Texto original (abrange outros assuntos):
https://blog.linuxmint.com/?p=3766
Texto resumido (somente acerca do Snap):
2 DE JULHO DE 2019 POR CLEM (Clement Lefebvre) - Linux Mint

Interessante que não vi a mídia a falar sobre essa parte relativa ao Snap.

Não era para ser a Canonical a controladora da distribuição de software entre as distribuições Linux e os editores, nem para impedir a distribuição direta dos softwares pelos editores, nem para fazer um software funcionar melhor no Ubuntu do que em qualquer outro lugar, nem fazer da sua loja um requerimento obrigatório.

Concordo plenamente. Alguém mais com systemd feelings?

Se você é, por exemplo, um usuário do Fedora e deseja instalar o Spotify, você deve ir para https://snapcraft.io/spotify , que é uma "loja" da Canonical.
O Spotify não distribui pacotes RPM, appimage, Flatpak ou qualquer outra coisa útil para um usuário do Fedora que queira fazer o download, nem para um mantenedor do Fedora que queira adicioná-lo a um repositório.
Os usuários do Fedora são orientados a ir ao que é essencialmente uma loja comercial operada por um concorrente (Canonical) da RedHat, onde as estatísticas dizem que sua distribuição é apenas a 7ª melhor.

Basicamente o domínio da Canonical com esse snap, está a afetar mesmo as outras distros. Já que, pela fama e popularidade do Ubuntu, a maioria tende a optar por disponibilizar seu software em formato snap que em Flatpak (esse sim, verdadeiramente universal). Mas acredito que um mero deb ou rpm já seriam bem vindos e o resto seria portado pela comunidade, como o Arch faz, por exemplo.

Aqui no Linux Mint, estamos com sorte, ainda podemos baixar o .deb.
Se o Spotify parar de fazer o .deb, o que faremos?
Nós caminharemos para quebrar. Porque temos que ir nesse rumo?
A loja instantânea continuará a permitir que as pessoas baixem arquivos .snap reais no futuro ou isso será bloqueado?
A loja instantânea continuará a funcionar sem uma conta do Ubuntu One ou será bloqueada pelo fornecedor?
Eu acho que é importante apreciar esses aspectos.

Isso é bastante preocupante, não só para o Linux Mint, como para todos os derivados, inclusive a distro mãe, o Debian. Se pararem de fornecer o pacote deb, só será possível se render a opção dada pela Canonical. O snap. A impressão que tenho, mesmo conspiracionista devo salientar, é que tudo está sendo projetado para que o domínio do snap exceda o Ubuntu. Se não estou errado, o snap também obtêm telemetria, tal qual o seu concorrente.

Todos nós temos smartphones e todos sabemos o quão grande é a loja do Google Play.
Com que frequência vemos o .apk (pacotes do Android) na Web?
Quão difícil eles são para instalar sem a loja do Google?
Quão livre é um editor para publicar seu próprio .apk estando o .apk presente na loja do Google?
Quem controla tudo isso e o que isso significa para nós?
Quem governa o que pode e não pode entrar na loja?
Quem faz negócios comerciais? Em quem confiamos? E porque?

Nesse caso, basta trocar a Google pela Canonical.

Contanto que o snap seja uma solução para um problema, isso é ótimo.
Assim como o Flatpak, ele pode resolver alguns dos problemas reais que temos com bases de pacotes congelados (desatualizados).
Ele pode nos fornecer software que não poderíamos executar como pacotes.
Porém quando começar a substituir pacotes sem nenhum motivo, quando começar a prejudicar nossa interação com os projetos de upstream e fornecedores de software e reduzir nossa escolha, isso se tornará uma ameaça.

Eles dizem que isso é o "futuro" e usar o repo é coisa para "velhos".

Um usuário, por exemplo, do Fedora não deve ser informado sobre o Ubuntu ou o Ubuntu One durante o download de software.
Seu navegador não deve ter marcadores apontando para outra distribuição.
Seu software não deve ser projetado e testado principalmente com outro ambiente de desktop e distribuição em mente, e quando ele olha para screenshots ele não deveria ver o Ubuntu em todos os lugares.
É errado para o Spotify fazer isso e é errado para qualquer fornecedor pensar que tal loja pode ser a única loja para todos os usuários do Linux.
Para que isso funcionasse, precisaria ser governado por todos nós, com objetivos claros, sem preconceitos e sem conflito de interesse.

As outras distros vão ter que se render as vontades do Ubuntu. A propaganda dele estará por toda parte.

Há muitas coisas que você pode fazer com gerenciadores de pacotes (apt / dpkg no Linux Mint) que você não pode fazer com o Snap, e há duas razões para isso.
Primeiro:
Eles estão por aí há algum tempo. Eles são maduros, estão totalmente integrados ao sistema operacional em todas as distribuições.
Segundo:
Eles foram desenvolvidos com o Software Livre em mente.
Não há aspectos comerciais no design do apt / dpkg, é tudo sobre capacitar usuários e distribuições.
Você não pode modificar, reconstruir, fixar, corrigir, espelhar um snap, pressupõe-se que você não deveria fazê-lo.

Aparentemente a nova geração prefere pacotes em contêineres não integrados ao sistema como desculpa de "maior segurança" e execução em sandbox. Todos sabemos aqui que o APT/dpkg é mais maduro e confiável, mas a força do snap e outras soluções tem sido maior. Há sites sobre Linux relacionado com Ubuntu e Mint que nem sequer falam mais de pacotes deb é tudo relacionado com flatpak e snap como se fossem as únicas opções.
O usuários novos do Linux não ligam mais pra filosofia de software livre e só usam o Linux porque é grátis e o Windows é pago. Querem que o Linux torne-se um Windows. Optam mais por software de terceiros, mesmo que exista um livre da mesma gama. A filosofia do software livre está se aplicando mais a distros ainda mais nichadas.

O Ubuntu está planejando substituir o pacote do repositório Chromium por um pacote vazio que instala o snap do Chromium.

Já sabia disso. Você vai lá no loja/terminal e instala o Chromium com um sudo apt install chromium e recebe um snap. E depois ainda falam que não querem "forçar" o snap. Aham.

Em outras palavras, à medida que você instala as atualizações do APT, o Snap se torna um requisito para você continuar usando o Chromium e o Snap se instala nas suas costas.
Isso quebra uma das principais preocupações que muitas pessoas tiveram quando o Snap foi anunciado e uma promessa de seus desenvolvedores de que ele nunca substituiria o APT.

O canal americano STL foi muito criticado por esse vídeo
na época que surgiu aquele boato que o APT seria totalmente substituído pelo snap. No entanto, com essa forçação de snap, até mesmo usando APT talvez ele não estivesse tão errado. APT vai se tornar cada vez mais irrelevante ou dependente do snap para funcionar. E estou de acordo com ele https://www.youtube.com/watch?v=Vw0ZWQG68XU

Tempos sombrios estão chegando.



10. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Clodoaldo Santos
clodoaldops

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/07/2019 - 23:08h

Usei Lmde-2-mate no meu desktop de trabalho por 2 anos até lançamento do Lmde-3 que só não adotei no desktop pq Cinnamon é pesado para rodar num PC antigo.
Lmde-3 numa máquina cem por cento Intel rodará tão bem quanto um Debian estável do qual é derivado.





11. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint

Giovanni  M
Giovanni_Menezes

(usa Devuan)

Enviado em 09/07/2019 - 12:03h

Interessante que não vi a mídia a falar sobre essa parte relativa ao Snap.


Por isso o VOL é de longe o melhor espaço para discussões sobre Gnu/Linux em português Brasil, aqui as informações chegam, ninguém deixa de postar algo por ter acordos comerciais com patrocinadores ou por simples boicote ideológico.

É igual o surgimento do SystemD, nenhum outro espaço deu a importância que deveria como aqui no VOL, eu mesmo só fiquei sabendo do tamanho da encrenca aqui mesmo poís em nenhum outro blog,vlog e forúm deu a "noticia"




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https://encurtador.com.br/CGNU5
http://www.anahuac.eu/contrarrevolucao-osi/

***Experimente o Devuan Gnu/Linux***
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***Pensando em investir em bitcoins ? veja este vídeo***
https://www.youtube.com/watch?v=jhBE3MUFxQU


12. Re: A arapuca do Snap segundo o Linux Mint (1° round)

Patrick
Freud_Tux

(usa Outra)

Enviado em 11/07/2019 - 20:27h

Os desenvolvedores tem que ser muiiittooooo cérebro de ervilha congelada, para não disponibilizarem o código fonte de aplicativos que estão dentro da GPL, ou até mesmo das licenças Open Source. Pois perderiam uma gigantesca gama de colaboradores.
Ai, o ubuntu realmente seria um janelas da vida, concentrando todo o desenvolvimento dentro de quatro paredes, entregando aquele "belo sistema" que era e é cheio de bugs. Até o janelas se deu conta de que é mais fácil e seguro ter colaboração de terceiros do que usar o jeito tosco que usavam antes.
Só o ubuntu que é uma refisifuqui que está indo contra a maré.
Vão abrir portas para tantos forks de projetos se isso realmente acontecer, que o ubuntu vai acabar ficando as traças. Olhem o Devuan por, exemplo.

O FreeBSD tá ai, o Slackware também ;)

T+

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Noob: "[...]Sou muito noob ainda usando o terminal, então preciso de ajuda "mastigada", pra operá-lo."
zhushazang: "Sou velho e meus dentes desgastados. Estude linux www.guiafoca.org";



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