[Conto] E se o Linux fosse o sistema mais usado?

Teixeira
(usa Linux Mint)

Enviado em 28/11/2013 - 18:14h

Na verdaade o fenômeno é um pouquinho mais antigo:
Os primeiros "computadores de 16 bits" eram os tais IBM-PC (Personal Computer), que no entanto jamais chegaram ao Brasil.
Eram máquinas com 64 kB RAM e uma fonte de 63A. sem a mínima possibilidade de instalação de hard discs.
Por aqui nós conhecemos os "primeiros" computadores de 16 bits já como sendo IBM-XT (eXtended Technology).
A diferença é que aqueles primeiros tinham um BASIC residente, gravado em ROM, e que permitiam o acesso aos drives A: e B:, que eram usados exatamente como o lcavalheiro descreveu.
A firmware dos XT no entanto, continuava com o mesmo teste da ROM, porém sem o BASIC residente, o que fazia o sistema retornar o seguinte erro, quando não encontrava o sistema operacional:
"NO ROM BASIC. SYSTEM HALTED".
Na época de tal "Reserva de Informática" era extremamente comum encontrarmos "desenvolvedores brasileiros" tentando fazer aprovar suas máquinas que no entanto apresentavam a tal mensagem acima.
Com o advento do XT vieram para cá o MS-DOS (da Microsoft) e o PC-DOS (desenvolvido pela Microsoft mas de propriedade da IBM, e que no frigir dos ovos era a mesma coisa, o mesmo sistema, apenas com outro nome).
A sigla DOS vem de Disc Operation System, o que já permitia ao computador manipular aqueles hard discs do passado, chamados de Winchester, e que inicialmente apresentavam as incríveis capacidades de 5 a 15 MegaBytes!
Esses eram os tais drives C: e D:, mais comumente usados.
A partir daí, passou-se a cometer o erro de confundir "drive" com "volume".
Sim, porque A: era ao mesmo tempo o drive A: e o volume A:, da mesma forma como B:
No entanto, a partir do C:, D: tanto poderia ser um novo drive, como uma partição dentro do drive C:.
E seguindo esse raciocínio, dificilmente E:, F:, etc, seriam "drives", mas sim partições (volumes) dentro de C: ou de D; e assim por diante.
Claro que se fosse instalada mais uma controladora, E: e F: poderiam também ser "drives", mas isso na prática era tão difícil acontecer quanto o Sargento Garcia conseguir prender definitivamente o Zorro.
O que aconteceu é que o firmware dos XT desviava a leitura do lugar onde deveria estar o BASIC (que era em ROM) para ler diretamente do setor zero da unidade A: ou da unidade C: (que era o tal do "Winchester").
Não achando ali um sistema de comando (o tal DOS), ele voltava à instrução seguinte ao salto, que era "dedurar" o erro da falta do BASIC residente.

O sistema simplesmente parava e ficava olhando para a cara da gente.
Para sair dali, somente executando a keystroke mais importante do mundo DOS/WINDOWS: O famoso "Control + Alternate + Delete", ou "CTRL+Alt+Del" para os íntimos...
O "halt" do DOS era bastante diferente do "halt" do Linux...

Ah, e não foram somente os IBM-PCs que não chegaram ao Brasil: Também tinha o tal de "Peanut" (amendoim) que tinha teclado acionado por infravermelho.
Já imaginaram dois peanuts no mesmo ambiente com os teclados operando na mesma frequência?
Pois é. ELES não imaginaram isso antes de lançar o produto no mercado.

diovanimangia
(usa Ubuntu)

Enviado em 29/11/2013 - 02:30h

Vale lembrar que o Windows 2000 deu pau na sua apresentação, pra mim foi a pior versão, o que Salvou a gente nesse época foi o windows 98.....

quando saiu o windows, eu passei do ms-dos para o windows 3.1 e o windows for group, que na verdade era uma interface gráfica, pois o SO mesmo era o MS-Dos. Se não me falha a memória o windows 95 foi o primeiro sistema operacional interface gráfica da microsoft, que dava muito bug, tinha que salvar documento toda hora pra não perder trabalho. O windows 98 pra época era muito bom, depois passei pro vista, que todo mundo reclamou mas achei bom, o seven melhorou bastante e windows 8 ficou show de bola, tirando o fato de atrapalhar o grub mas tudo bem....

Mas o bom mesmo é GNU-Linux, sempre foi. Pena que não escutei um amigo das antigas, pois se eu tivesse ouvido ele estaria mais experiente hoje.... Mas nunca é tarde.

Agora sou o pesadelo da Microsoft, devagarzinho estou despertando interesse de empresas e amigos para a migração para o linux, estou consultando hardwares compatíveis, estudando e aprendendo o ubuntu por enquanto e depois vou ver o Debian :)

px
(usa Debian)

Enviado em 29/11/2013 - 07:12h

Mas de um jeito ou de outro uma mão vai ter de guiar a "seta" seja na tela ou seja no mouse :)

** Eu ainda prefiro o mouse! rsrs

Teixeira
(usa Linux Mint)

Enviado em 29/11/2013 - 10:40h

O Windows se desgarrou do DOS realmente a partir do conceito NT, pois no 95 e no 98 o DOS ainda se fazia obrigatoriamente presente embora visualmente um tanto nos bastidores, camuflado debaixo daquela interface gráfica que realmente foi o que fez o sucesso do Windows.

As janelas em si - bem como a suite de escritório da forma como a conhecemos - vieram do design do Lisa, da Apple Computer, que por sua vez foi um produto desenvolvido pela Xerox (Palo Alto Research Center - PARC) e licenciado para a Apple.

O Windows 3.1 ainda era meio bugado, porém melhorou bastante na versão 3.11 ("Windows for Workgroups") onde já era possível formar "pequenos" grupos de trabalho, baseados em redes Novell.
Por trabalhar - finalmente - em rede, herdou também os problemas que uma rede traz naturalmente consigo: Colisões, lentidão, etc.
Afinal nem tudo são flores.
E naquela época as colisões eram extremamente comuns, e muitas vezes tidas como "inevitáveis", ou produtos da fatalidade.
Hoje em dia até o hardware ajuda a evitar certas "fatalidades" do passado, e redes completamente travadas e "enroscadas" são um fenômeno cada vez mais distante.
Um dia certamente serão historia para vovôs contarem para os netinhos, como se fossem fábulas...

O Windows do 1.0 até o 3.0 era extremamente ruim (e bota RUIM nisso), mas foram os primeiros passos na direção do sucesso.
Por aí aprendemos que as coisas - e também as pessoas - não nascem perfeitas, mas podem ser aperfeiçoadas, bastando interesse, boa vontade e perseverança.

diovanimangia
(usa Ubuntu)

Enviado em 30/11/2013 - 12:15h

Pra fazer um desenho no Inkscape ou Gimp sem mouse também tornaria o mundo gráfico uma tortura kkkkkkk. Uma coisa que preso muito são ferramentas que agilizam o tempo. Não sei o que seria de nós design gráficos sem o rato.

Mas apertar 3 teclas para para chamar o terminal é mais eficiente do que tirar mão do teclado, identificar a seta no monitor e dirigir a seta a até o o ícone e clicar :)

diovanimangia
(usa Ubuntu)

Enviado em 30/11/2013 - 12:35h

Beleza hermano.... era exatamente isso. Clareou e lembrei claramente agora a versão 3.11, essa era o for group.... no caso de redes eu cheguei a sofrer até sabotagens nos cabos coaxiais, eu prestava serviço na época para uma empresa que os Engenheiros não sabiam nem colocar um texto em negrito no word, e como minha primeira maquina foi um zelog 80 num teclado ligado na tv com basic... quando entrou a era gráfica ganhei uma grana até com power point na época. Entretanto, eu administrava a rede de tal empresa e tinha um infeliz de um Engenheiro, pelo fato de sua formação, e eu um garoto com a cara cheia de espinha com formação técnica recebendo o mesmo salário que o dele, ele torcia o final dos cabos dando maior problema na rede. Fora os bugs que vc falou esse foi o pior, e foi descoberto graças a uma faxineira que vendo meu desespero diante de tanto problema, me disse que tinha visto tal engenheiro mexendo naqueles fios preto. E foi exatamente nessa época que amigos meus de faculdade começaram a falar do Linux, pow cara, eu deveria ter sido um pouco São Tomé, eu deveria pelo ao menos experimentando. Mas nunca é tarde :) e viva o Linux

px
(usa Debian)

Enviado em 30/11/2013 - 17:28h

HÁ! mais ai é que está! cada coisa com cada coisa. Aqui para chamar o terminal são 2 teclas só hehe, ALT + F1. Isso deve-se ao vício em usar *BOX e WMAKER rsrs, a pessoa fica viciada em eficiência!

T+

diovanimangia
(usa Ubuntu)

Enviado em 30/11/2013 - 18:00h

Aqui se eu apertar o Alt+F1 só direciona o focus para o icone de pesquisa, tem como personalizar as teclas de atalho?

Teixeira
(usa Linux Mint)

Enviado em 30/11/2013 - 21:54h

Pois é: Em aplicativos gráficos o mouse não somente ajuda, como também é essencial.

Mas em aplicativos não-gráficos (conforme citei: contabilidade, faturamento e outros que tais) até as setas são desnecessárias, assim como os famigerados "dígitos de controle", herança dos tempos do byte lascado...

Para um "digitiprogramalista" (o carinha que analisa, escreve o código mas também digita), os dígitos de controle servem apenas para diminuir a produtividade na digitação (muito especialmente se for em "módulo 11" que é muito mais cômodo para ser implementado mas que se torna perigosamente repetitivo e dando resultados tão erráticos a ponto de se poder dispensar definitivamente tal "controle").

Para quem apenas programa mas não digita jamais, é o caso: "Dane-se o mundo, que eu não me chamo Raimundo" ou seja, o digitador que se lasque...

Teixeira
(usa Linux Mint)

Enviado em 01/12/2013 - 11:02h

Eis que é-me chegado às mãos um notebook "clássico" (*) da HP, chamado de Pavilion ze2000 com Windows XP original.
Demorava séculos para dar boot, mas após alguma manutenção "por alto" (verificação de erros, retificação de 79 erros do Registro e desfragmentação) passou a bootar em menos de 2 minutos, o que para mim ainda é "prazo de entrega" e não "tempo de resposta".

Como sempre, procurei baixar o manual do bicho, o qual declara de pés juntos que o aparelho em questão vem com 512MB RAM (DDR1).
Porém, esse e outros irmãozinhos dele aqui no Brasil foram adquiridos com apenas 256MB RAM.

Então, o segredo é agir com ele como se fossem os famigerados Starter Edition da vida, tendo o cuidado de abrir apenas uma janela de cada vez, e jamais cair na tentação de executar mais de uma tarefa; caso contrário o consumo de memória sobe de tal forma que acaba travando tudo.

Eu ia colocar uma distro Linux nele, mas já que se trata de um Windows autêntico (coisa um tanto difícil de se encontrar), e já que tenho todos os CDs de instalação, vamos manter a coisa original.
Apenas vou colocar mais memória, para que se possa fazer alguma comparação com equidade e justiça.



(*) Tudo que é velho e que não se fabrica mais tem o apelido carinhoso de "clássico".
Mas no caso do Pavilion e de outras séries de produtos da HP, a coisa vai desde esse vetusto pé-de-boi até produtos bem modernos.
Tem Pavilion um pouquinho mais recente, e que também roda XP nativamente, mas que já vem com DDR3...

diovanimangia
(usa Ubuntu)

Enviado em 01/12/2013 - 12:38h

Mas no entanto, sua observação sobre o uso do teclado foi muito interessante, pois eu venho observando um uso meio que irracional do rato, como perda de tempo e deslocamento desnecessário das mãos.

Um exemplo ocorreu numa empresa que presto serviço e observei que a secretária executiva, usando o windows 7 com o Word aberto, a pedido do administrador da empresa para me passar uma cópia de contrato de 7 páginas, que no caso já encontrava-se aberto; ela foi com o mouse no menu e pediu pra criar um novo documento, voltou ao documento do contrato, selecionou o texto com o clique e arraste as 7 páginas do texto, em seguida foi na ferramentas superior do word e clicou no ícone copiar, voltou ao documento novo e colou usando o mesmo processo. Pra finalizar acessou no menu, clicou em salvar e salvou no meu pendrive.

Pra falar verdade ela foi bem rápida, parecia um katá do karatê perfeito... bom, como sei que ela tem um ego meio alto, só sugeri a ela dar um control + T(T=tudo, pois é pt) que selecionava todo o texto, ela ficou surpreendida, mas disse que já estava acostumada com o mouse.

Pra quem tem um certo conhecimento no ruindous com certeza iria no explorador de arquivos, clicaria no arquivo com o botão direito do mouse e mandaria enviar para o pendrive.

Entretanto, no meu ponto de vista, posso estar errado, mas eu percebo que a massa tem uma certa dificuldade pela eficiencia, e acabam mesmo viciados no rato. Eu só tiro do dedo do teclado pra desenhar e pra fazer algumas coisas que tenho no sistema operacional. Mas ninguem é perfeito, eu por exemplo tenho uma paranóia de desligar o Ubuntu chamando o shell, faço o login, dou su e executo shutdown -h 0
:)

removido
(usa Nenhuma)

Enviado em 02/12/2013 - 01:12h

Clássico. Eu ri.