Uma alternativa viável para pequenos estúdios e até mesmo para apresentações de bandas é usar um sequenciador de bateria que fará as vezes da dita cuja no momento da gravação. Posteriormente, nas apresentações ao vivo, o sequenciador pode ser posto de lado e a bateria acústica ser tocada pelo baterista da banda, mas nada impede de ter ambos, acústico e sequenciador numa apresentação ao vivo (trataremos disto em um próximo artigo).
Existem inúmeros teclados que tem dentre seus recursos a bateria eletrônica. Normalmente são baterias já pré-configuradas que são compostas por um path (caixa, bumbo, chimbal, prato) e uma ou mais "viradas" (tom-tons e pratos de corte). Todo mundo já viu aqueles célebres "fulano e seus teclados" não é mesmo? Um teclado normalmente Yamaha, da linha PSR, usando um destes presets de bateria mais um baixo, também automático e um som para fazer o solo da música. Só de pensar nisso me dá arrepios.
Os sequenciadores de bateria são mais maleáveis que os usados nestes teclados, pois é possível criar um path e, a qualquer momento da música, inserir algum jogo de peças, contra tempos, cortes, muito além daquele tá-tum-tum que normalmente acompanha a marcação da música.
Um bom sequenciador de baterias que tem recursos suficientes para compor uma boa base é o
Hydrogen. Nesta série de artigos estudaremos seus recursos para se fazer um bom sequenciamento de bateria.
Conhecendo sua interface
A primeira impressão que se tem do Hydrogen é que a interface é enxuta demais, apenas três itens no menu. Observe a imagem abaixo:
Realmente enxuta não é mesmo? Isto acontece porque o Hydrogen coloca as opções e recursos dentro de cada uma das janelas. Ao invés de fazer como o Audacity, que mostra todos os recursos disponíveis, habilitando ou não de acordo com o contexto, no Hydrogen cada janela terá suas próprias funções associadas. Portanto, como diria chapolim colorado: "não priemos cânico".
Eu diria que a parte mais importante do Hydrogen está no item de menu "Exibir". Neste item estão todas as janelas disponíveis, cada uma com suas funções e recursos.
Na parte inferior da interface, observe o conjunto de controles. Eles são os controles básicos do Hydrogen.
Sua função é:
- Marcar o tempo decorrido da sequência;
- Inicia, avança a execução da sequência;
- Intercala o modo de execução entre modo padrão e modo música; (veremos suas características adiante)
- Velocidade do compasso/bateria. É marcado em BPM (Batimentos por minuto). É neste controle que fazemos a sequência mais rápida ou mais lenta;
- Conexões do Hydrogen com sistemas de áudio, o jack e o MIDI; (veremos estes sistemas em artigos posteriores).
No item de menu Exibir, como visto anteriormente, temos então as janelas que efetivamente nos darão a interação com o programa. Vamos conhecê-las.