Gerenciamento de pacotes RPM (parte 1)

Nesta primeira parte vamos tratar sobre a nomenclatura de pacotes RPM e de detalhes da configuração do apt-get. Veremos a estrutura do sources.list e do vendors.list. Além disto criaremos um repositório local, inclusão de CDs adicionais e configuração do apt com e sem proxy.

[ Hits: 40.750 ]

Por: Perfil removido em 22/04/2005


Obtendo pacotes RPM



A fonte primária de pacotes são os CDs (Compact Disc) ou DVD (Digital Versatile Disc) de instalação da sua distribuição. Os aplicativos que porventura não foram instalados durante a instalação inicial, podem ser adicionados posteriormente a partir do CDs de instalação. Estes CDs contém um diretório com os pacotes RPM. Os CDs são uma boa fonte de emergência já que permitem reinstalar ou reconfigurar todo o sistema.

A segunda fonte recomendada para obtenção de pacotes é o repositório oficial (site de download) do distribuidor de sua versão do GNU/Linux. A maioria dos distribuidores mantém pacotes oficiais disponíveis na Internet ou em um dos repositórios-espelho (mirrors). Os repositórios-espelho são reconhecidamente oficiais e são uma fonte segura. Repositórios oficiais são sem dúvida o modo mais confiável usado na obtenção de pacotes para seu sistema.

Após transferir os arquivos do repositório oficial é possível criar um repositório pessoal com eles. Este repositório pessoal será usado por todas as máquinas da sua rede local. Isto economiza largura de banda da sua conexão e alivia a sobrecarga nos repositórios oficiais. Alguns distribuidores podem oferecer o serviço de atualização de forma não-gratuita. Neste caso, é necessário pagar por uma assinatura para acessar a área de transferência de arquivos para atualização e a documentação sobre o sistema.

Por questão de segurança os pacotes do repositório oficial são assinados digitalmente evitando que sejam modificados por alguém com finalidade maliciosa. Uma assinatura eletrônica usa uma chave pública para validar os pacotes. Esta chave pública pode ser obtida no CD de instalação, no portal Internet ou no repositório oficial. Para validar a criptografia destes pacotes é necessário ter um programa compatível com o PGP (Pretty Good Privacy), sendo o GPG (GNU Privacy Guard) o mais usado. Além disto, um método para verificação da integridade do pacote chamado assinatura MD5 permite conferir a integridade dos dados recebidos.

Os pacotes em um repositório oficial podem ser encontrados em dois formatos básicos. O formato pré-compilado para a arquitetura específica de um processador (i386, i686, athlon, etc) e o formato rpm-src que indica que este pacote não esta preparado para nenhuma das arquiteturas de processadores. Estes pacotes contém o código fonte (src = source) e são compilados de modo semelhante aos aplicativos instalados à partir do código fonte.

Além disto, repositórios oficiais podem ter também vários tipos de áreas disponíveis. Estas áreas ou seções são meta-componentes usados na identificação do tipo de pacote, destacamos dois destes tipos. Os chamados pacotes estáveis (stable) e os pacotes instáveis (unstable).

A instabilidade, neste caso, não está totalmente relacionada com falhas do programa e sim demonstra que este pacote foi testado e liberado pelo distribuidor como um programa aprovado. Isto garante que o distribuidor pode oferecer suporte em caso de falhas. Preferencialmente, em servidores de produção use pacotes estáveis e evite versões instáveis que podem apresentar falhas de segurança. Este formato de pacotes estáveis e instáveis não é encontrado em todas distribuições.

Nem todas as distribuições do GNU/Linux são comerciais, neste caso, o suporte é oferecido pela comunidade ou por empresas especializadas. Obter pacotes de distribuições muito alternativas pode ser um problema. Alguns distribuidores são mais conservadores na atualização de seus pacotes e demoram um pouco para atualizar as versões oficiais da distribuição.

Acostumar-se com o fato de não ter a última versão de um programa é um processo que demanda tempo. O administrador precisa perceber que certas atualizações trazem poucas mudanças de cada vez, não compensando o trabalho de implementá-las. Por outro lado, outras atualizações trazem tantas mudanças que exigem toda a reconfiguração do sistema para implementá-la. Ficar atualizando aplicativos todo o tempo pode não ser objetivo em um ambiente produtivo. Atualizações de sistemas normalmente demandam grande planejamento. O ideal é executá-las quando algo não funciona bem ou no caso em que falhas na segurança são descobertas. Neste caso, o trabalho de prevenir é sempre menor que o de consertar invasões ou falhas gerais.

Apesar do GNU/Linux ser conhecido pela confiabilidade e pela segurança que oferece aos seus usuários, nada pode ser feito caso o administrador literalmente vier a abrir as portas de seu sistema. Isto pode ocorrer através da instalação de um programa malicioso (rootkit) ou de configurações mal feitas que comprometem a segurança. Obter pacotes para instalar no sistema é uma tarefa que faz parte do planejamento de segurança do administrador. Um sistema de produção não pode ser alvo de instalações de programas em teste ou programas com finalidades fora do escopo para o qual o servidor foi projetado. Instalar um ótimo jogo em rede no servidor de arquivos da empresa para ser usado no fim do dia de trabalho é algo que não deve ser feito ou permitido. Utilize um servidor de testes quando realmente precisar testar algo que seja útil e se isso não for possível, então instale uma máquina cliente como servidor de testes.

Uma outra maneira de obter pacotes confiáveis é você mesmo gerar os seus próprios pacotes a partir do código fonte. Isto está fora dos objetivos deste curso e não faz parte do escopo dos testes da prova LPIC1-101.

Existem ainda repositórios de terceiros e outros não-oficiais que mantém pacotes de várias distribuições e podem ser usados em casos especiais. Para encontrar estas fontes use os mecanismos de busca de pacotes. Estes mecanismos são especializados nesta tarefa. Lembre-se de verificar a integridade destes pacotes antes de instalá-los e resista a tentação de obter pacotes facilmente.

Página anterior     Próxima página

Páginas do artigo
   1. Nomenclatura de pacotes RPM
   2. Obtendo pacotes RPM
   3. Escolha dos tipos de repositórios
   4. Entendendo sources.list e vendors.list
   5. APT-GET sem e com servidor proxy
   6. Criando um repositório local
Outros artigos deste autor

Configurando o OpenOffice para edição de texto - swriter/oowriter

Apache 2.4 - A diretiva Options

Kit de scripts para backup (Full + Diferencial + Samba + Rede)

Customizando o DVD de instalação do Slackware

Plugin MSofficeKey para OCS Inventory

Leitura recomendada

Redimencionando SWAP sem reinstalar o Linux

Bind9 + Debian Linux 4.0: Configuração de um servidor de nomes interno

Instalação do Gitlab e introdução ao Git

Configurando Velox no Kurumin

DNS rápido no RH9

  
Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 23/04/2005 - 15:47h

Esse unasi é um "must"... ;-))
Demora para aprecer mas quando o faz arrebenta a boca do balão...
E depois ainda reclamam do suporte pra linux...
10 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

[2] Comentário enviado por Santanna em 24/04/2005 - 17:53h

Belo artigo!!!

Muita gente não conhece bem RPM e sai criticando, e muitos que trabalham com RPM não conhecem a maioria dos recursos.

Acredito que este artigo trará conhecimento para usuários iniciantes e avançados.

Vlw!!!

[]'s

[3] Comentário enviado por ayala.sanke em 25/04/2005 - 08:36h

...............

[4] Comentário enviado por removido em 25/04/2005 - 17:31h

e muito bom porem complicado eu gostei


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts