Nikto - Tutorial básico e avançado

O objetivo deste artigo é uma demonstração simples e clara sobre a utilização da ferramenta de assessoria em servidores WEB, Nikto. Este tutorial visa cobrir desde as opções básicas de varredura, até configurações mais avançadas utilizando proxies.

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Por: Douglas em 15/08/2014


Conhecendo e utilizando o Nikto



Conhecendo o Nikto

Uma varredura básica com o Nikto, ou seja, sem nenhum parâmetro definido, realiza uma varredura completa em um host na porta TCP 80 (utilizada pela grande maioria dos websites). O host é definido por meio da opção: -h

Ex.:

nikto -h www.website.com

Porém, em certos casos, nos deparamos com websites que não utilizam a porta 80 como padrão. Para isso, podemos definir a porta a ser escaneada com a opção: -p

Ex.:

nikto -h www.website.com -p 443

Assim, como é possível definir também mais de uma porta para executar a varredura:

nikto -h www.website.com -p 80,88,443

Há também a possibilidade de passar a sintaxe de uma URL completa como parâmetro, da seguinte forma:

nikto -h https://www.website.com:8081/

No caso de uma auditoria de segurança ou Pentest, é interessante realizarmos uma autenticação com algum usuário do site, de modo a cobrir maiores resultados e detectar possíveis falhas do ponto de vista de alguém logado no website.

Com isso, cada vez que o Nikto se deparar com algum tipo de autenticação do website, ele irá inserir as credencias definidas. O parâmetro para isso é o -id, seguido do login e senha do usuário.

Ex.:

nikto -h https://website.com:8081 -id SUPERVISOR:supervisor123

É possível também definir o formato da saída dos resultados do Nikto com a opção: -o
Os formatos suportados são: CSV, HTML, TXT e XML.

Ex.:

nikto -h https://website.com:8081 -o resultados.html

Já entrando nas configurações avançadas, a opção -mutate serve para combinar testes e adivinhar valores durante um scan. Mesmo sendo uma técnica interessante, isto pode causar uma quantidade tremenda de testes sendo executados contra o alvo, aumentando tanto o tempo do scan, quanto o barulho gerado pelo mesmo.

Abaixo, algumas opções disponíveis:
  • Testa todos os arquivos com todos os diretórios root.
  • Tenta adivinhar nomes de arquivos de senha.
  • Enumera nomes de usuários via Apache (/~user type request). Esta opção explora uma configuração do UserDir do Apache, que permite que nomes de usuários válidos sejam descobertos por meio de um ataque de brute-force.
  • Enumera nomes de usuário via cgiwrap (/cgi-bin/cgiwrap/~user type requests). Esta opção explora uma falha do cgiwrap, que permite que nomes de usuários válidos sejam descobertos, também por meio do ataque de brute-force.
  • Tenta brute-force em nomes de subdomínios, assumindo que o host definido (sem o www) é o domínio principal (parent domain).
  • Tenta brute-force em nomes de diretórios, sendo a única opção que necessita de um arquivo externo com a lista de diretórios.

Ex.:

nikto -h https://website.com:8081 -mutate 1,2,3,4,5

Em situações em que precisa-se obter certo anonimato, pode-se utilizar algumas técnicas de evasão para tentar passar despercebido por alguns Firewalls e ISPs antigos. Lembrando que a maioria dos novos ISPs, irão detectar e bloquear o tráfego gerado pelo Nikto.

A opção para essa técnica é a -evasion, seguida dos parâmetros desejados. Abaixo, as opções disponíveis:
  • URL Encoding :: com esta opção, as URLs são codificadas, dificultando a detecção do tráfego. Porém, um IDS sofisticado não teria nenhum problema para detectar esse tipo de evasão.
  • Add /./ in front of each URL :: segue quase o mesmo princípio da técnica anterior, porém, por ser uma técnica bastante conhecida, praticamente qualquer IDS seria capaz de detectá-la.
  • Premature URL ending :: o Nikto adiciona pastas aleatórias seguidas de /../. Por exemplo, ao invés de requisitar "/icons", o Nikto solicita "/foo/bar/../../icons", que é praticamente a mesma coisa. Como as técnicas anteriores, não somente um IDS poderia detectar isso, mas também o servidor web em questão, justamente por se tratar de uma técnica muito conhecida.
  • Append random long strings :: a mesma técnica anterior, mas com mais palavras e os mesmos resultados.
  • Fake parameters :: adiciona parâmetros desnecessários (/uri/?foo=bar). Isto não faz nenhuma diferença para um IDS decente.
  • Tab as request spacer :: usa uma guia, ao invés de um espaço para separar diferentes elementos da URL. Mais uma vez, isso não é problema para um IDS decente.
  • Case-insensitivity :: altera caracteres aleatórios para caixa-alta. Sistemas operacionais, como o Windows servers, não se importam com case-insensitivity, logo o teste seria válido. Porém, para sistemas que são case-sensitive (UNIX, Linux) a nova URL criada não faz sentido. Mesmo sendo uma técnica interessante, deve ser utilizada com cuidado.
  • Use \ as folder separation :: é o mesmo caso do exemplo acima. Usando \, ao invés de /, pode ser útil para um webserver em Windows, mas não funcionaria em um sistema UNIX-like.
  • Session splicing :: dentre todas as técnicas citadas, esta é a mais interessante, mesmo sendo bem velha. É basicamente o Nikto + fragroute, que é capaz de gerar pacotes de dados de 1 byte. Sem contar que é um bom jeito de testar como um IDS gerencia um tráfego altamente fragmentado.

Ex.:

nikto -h https://website.com:8081 -evasion 1,2,3

A última opção de segurança que pode ser utilizada pelo Nikto, é o uso de proxies por meio da opção -useproxy seguida do IP do servidor e a porta correspondente. De todas as medidas de anonimato, essa é talvez a mais recomendada de todas, visto que o proxy é capaz de ocultar o seu verdadeiro IP e dificultar a sua identificação.

Ex.:

nikto -h https://website.com:80 -useproxy 189.98.78.54:2343

Utilizando o Nikto com o Tor proxy

Bem como muitas ferramentas destinadas à varreduras e scans, o Nikto gera muito tráfego na rede ao fazer requisições ao alvo, deixando um vasta lista de logs nos Firewalls e servidores. Se você está realizando um hacking/pentest, a última coisa que você deveria querer, é que um dispositivo de segurança capture seu verdadeiro IP e possa tomar ações desagradáveis com ele depois.

Pensando nisso, no tutorial a seguir, irei explicar como camuflar o tráfego do Nikto utilizando a rede Tor. Para isso, precisaremos de duas ferramentas: o Tor e o Privoxy, cuja instalação pode ser conferida abaixo.

Obs.: tanto a instalação quanto as configurações a seguir, são destinadas a sistemas GNU/Linux.

Abra um terminal e digite os seguintes comandos:

# apt-get install tor # Para instalar a suíte do Tor
# apt-get install privoxy # Para instalar o Privoxy

Feito isso, ainda com o terminal aberto, digite:

# nano /etc/privoxy/config

E procure pela linha que contenha: listen-address localhost:8118
Assim que encontrá-la, substitua-a por: listen-address 127.0.0.1:8118

Após isso, localize a linha que contenha: #forward-socks5 / 127.0.0.1:9050
...e apenas remova o # da frente da mesma, ficando: forward-socks5 / 127.0.0.1:9050

Agora, digite o seguinte comando para reiniciar o Tor e o Privoxy:

/etc/init.d/tor restart && /etc/init.d/privoxy restart && update-rc.d tor enable && update-rc.d privoxy enable

As configurações do Privoxy estão prontas, faltando apenas configurarmos o Nikto. Ainda no terminal, digite:

# nano /etc/nikto.conf

E procure pela linha que diz:

  # Proxy settings -- still must be enabled by -useproxy
  #PROXYHOST=127.0.0.1
  #PROXYPORT=8080


Aqui, basta remover os # das duas últimas linhas (visto que a primeira é um comentário) e, ao invés de 8080, substitua por 8118 (porta do privoxy), ficando assim:

# Proxy settings -- still must be enabled by -useproxy
PROXYHOST=127.0.0.1
PROXYPORT=8118

Concluído essas configurações, ao realizar um scan com Nikto, basta apenas definir a opção -useproxy, sem nenhum parâmetro para que todo o tráfego gerado pelo Nikto passe pela rede Tor, mantendo assim o seu anonimato.

Ex.:

nikto -h https://website.com:8081 -useproxy

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   1. Introdução
   2. Conhecendo e utilizando o Nikto
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Comentários
[1] Comentário enviado por wagnerfs em 21/08/2014 - 10:32h

Parabéns pelo artigo e por contribuir pela difusão do conhecimento.

[2] Comentário enviado por marcossouzagomes em 27/07/2018 - 08:12h

Excelente artigo!


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