Em 2007, surgiu a notícia aqui:
O 
Ubuntu (e suas outras versões, 
Kubuntu, 
Xubuntu) na então 
versão 07.04 podia estar diminuindo a vida útil dos HDs dos notebooks. A notícia correu por vários fóruns, 
levando muitos  usuários à desistir do Ubuntu, migrando para outras distribuições Gnu/Linux; 
os que ficaram buscaram uma solução um tanto drástica, mas que resolveu o problema. 
Embora muitos usuários e desenvolvedores culpassem os fabricantes de notebooks, não se sabe 
exatamente quem é o responsável pela origem do  problema. Sendo que, qualquer 
julgamento a esse respeito não passará de mera conjectura.
O que aconteceu? Qual era o problema?
O mesmo só ocorre em notebooks, sendo que não há registros de que este problema afete desktops (e 
possivelmente, a maioria dos comandos listados ao longo deste artigo não funcionará em desktops).
 
Todo HD possui dois componentes principais (entre outros mais): a agulha e os discos: 
Os discos chegam a girar em torno de 7200 RPM (rotações por minuto) ou 5400 RPM (dependendo do 
modelo), enquanto o atuador movimenta o braço, que possui em sua ponta a agulha ou cabeça de leitura 
/ gravação de dados. Esse processo ocorre o tempo todo enquanto o HD está em uso. Claro que com todo 
este movimento constante, a temperatura média do HD tende a aumentar gradativamente, conforme o 
esforço que ele é submetido.
Os fabricantes de HDs, então, criaram um recurso chamado Advanced power management que 
estaciona o braço em um ponto neutro onde não fique sobre a superfície dos discos, e 
diminua a rotação dos mesmos; economizando energia, diminuindo a temperatura e preservando a 
integridade dos discos caso ocorra algum choque físico (o tão conhecido e falado recurso que protege o 
HD mesmo que se derrube o notebook no chão).
 
Para isso, os fabricantes determinaram um período de ociosidade que o HD deve ter para fazer este 
procedimento. Mas, este recurso possui um porém: o constante movimento carga / 
descarga gera um desgaste natural no mecanismo do atuador, sendo que pode-se ter de 200.000 
a 600.000 ciclos de carga durante a vida média útil de um HD (que varia de 4 a 5 anos dependendo do 
uso segundo os fabricantes).  
Todos esses recursos (rotação, ciclo de descarga, velocidade de leitura / gravação), são controlados pelo 
sistema operacional. 
 A Microsoft não segue as recomendações dos fabricantes quanto à quantidade de ciclos por minuto. Já 
sistemas Gnu/Linux baseiam-se no que os fabricantes recomendam, mas a recomendação gera um 
aumento exorbitante de ciclos por minuto, chegando à ser 5 ou 6 ciclos por minuto. Uma taxa que pode 
comprometer o funcionamento do HD em poucos meses. 
Como identificar?
Existe um pacote chamado 
Smartmontools, que possui como principal componente o utilitário 
smartctl (vide apêndice 1: o comando smartctl). Este utilitário lê os dados fornecidos pelo 
SMART (sigla   de Self-Monitoring, Analysis, and Reporting Technology).  Veja 
wiki aqui:
 
Para monitorar a quantidade de ciclos, instale o pacote smartmontools (no caso do 
Slackware e 
Opensuse, ele já vem por padrão instalado),  e digite 
o comando como root: 
 
# smartctl -A /dev/sda | grep Load_Cycle_Count
Observação importante: nos exemplos estarei me referindo ao HD como /dev/sda, sendo que se você 
possuir um HD IDE , troque o dispositivo para o correto: /dev/HDa
 A saída seria o seguinte dado: 
 
# sudo smartctl -A /dev/sda | grep Load_Cycle_Count
225 Load_Cycle_Count        0x0032   
095   095   000    Old_age   
Always       -       58055
O último número é o total de ciclos realizados até o momento. Note que o não importa o número atual e 
sim a média ciclos por minuto. Portanto refaça a medição de hora em hora. 
Depois faça a divisão:
quantidade de ciclos realizados no período ÷ minutos decorridos
Se o resultado ficar entre 0 e 1,5 ciclos por minuto, pode-se dizer que o HD está normal. 
Outra maneira é identificar a saída do comando:
# hdparm -I /dev/sda | grep Advanced
Se o valor estiver em 254, está normal. Se estiver em 128 ou disabled (desabilitado), melhor prestar 
atenção nos ciclo de descarga.
Qual foi a solução?
 
 
Chegou-se então à solução:  desativar o recurso Advanced Power Management. Um script 
shell, muito difundido a partir deste site:
Faria o desativamento deste recurso.
Como esta tratou-se de uma solução drástica, possui inconvenientes: a temperatura média do HD 
aumenta, assim como o risco do comprometimento do HD em caso de choques fisícos e quedas.
O Script
 
 Este script baseia-se no utilitário 
hdparm, que entre outras funções (vide apêndice 2: o 
comando hdparm) regula o nível do advanced power management. 
 
 Este recurso possui uma regulagem que varia do valor 1-127 (economia de energia + spin-down que é a 
diminuição da rotação dos discos) a 128  254 (economia de energia  máximo desempenho 
sem spin-down) sendo que o valor 255 desliga o gerenciamento de energia por completo. 
 Só que é neste ponto que se encontra o bug: o sistema não aceita nenhum valor diferente entre 1 ou 
254, qualquer valor intermediário é entendido como o mínimo sem spin-down (128). O pior é que em 
muitos casos (como demonstrarei adiante) nem mesmo o valor 255 desliga o gerenciamento, sendo 
possível apenas optar entre 128 ou 254 (economia máxima / desempenho máximo  ambos sem 
spin down). 
Como a Canonical resolveu o problema?
Como a solução a própria comunidade encontrou, bastou a Canonical seguir o mesmo. Resultado: O 
Ubuntu a partir da sua versão 8.04 veio por padrão com o advanced power management no level 254 
(desempenho máximo).  Para assegurar o que eu disse, digitem o comando abaixo, que lista 
o nível do gerenciamento de energia no Ubuntu:
 
 sudo hdparm -I /dev/sda | grep Advanced
Advanced power management level: 254
           
*    Advanced Power Management feature 
 Exatamente a linha  Advanced power management level: 254 mostra o valor 
atual.  Como isso gera incômodos, os mais atentos poderão (em alguns casos) perceber um 
aumento da temperatura média do HD nos Ubuntus atuais.