Em 1904 um incêndio teve início no porão do edifício da John E. Hurst & Co em Baltimore. Depois de tomar toda a estrutura, o incêndio saltou de prédio em prédio até tomar uma área de 80 quarteirões. Para ajudar no combate ao incêndio, foram acionados reforços vindos de New York, Philadelphia e Washington - inutilmente.
As mangueiras trazidas pelos bombeiros destas cidades não puderam ser usadas em Baltimore pois não se encaixavam nos hidrantes usados na cidade.
O resultado: após 30 horas sem poder fazer nada, restou aos bombeiros fazer o rescaldo dos aproximadamente 2.500 prédios destruídos pelo incêndio.
Do início do século para cá, todos os hidrantes dos Estados Unidos tiveram suas conexões padronizadas de forma a evitar que uma tragédia como a de Baltimore se repetisse.
Os mais otimistas poderiam até pensar que teríamos aprendido alguma coisa sobre padronização mas a questão volta à tona em 2005 quando os Estados Unidos foram atingidos pelo furacão Katrina. Apesar das agências responsáveis terem alertado as populações nas áreas afetadas, o estrago foi considerável.
Todos vimos em choque o que aconteceu em New Orleans depois da passagem do Katrina. Uma coisa, no entanto, ficou clara: A assistência aos desabrigados poderia ter sido mais eficiente se os rádios utilizados pelas diversas equipes de socorro fossem compatíveis entre si.
A falta de padronização dos meios de comunicação de emergência fez com que muitos sofressem desnecessariamente por falta de assistência e socorro.
O que é um Padrão Aberto
Por delegação da Comunidade Européia, a Comissão Valoris definiu, em seu relatório, qual o conjunto mínimo de requisitos que um padrão deve ter para ser considerado "Aberto". A definição a que a Comissão Valoris chegou é a seguinte:
"O conjunto mínimo de requisitos para um padrão de documentos aberto são que o formato seja completamente descrito em documentos acessíveis publicamente, que a descrição seja distribuída livremente e que o formato do documento possa ser implementado em programas sem restrições, livre de royalties e sem empecilhos legais."
Esta definição, aliada a outras como a de Bruce Perens, leva a uma definição prática do que deve constituir um padrão aberto.
Um padrão aberto deve ter as seguintes características:
- Disponibilidade: Padrões abertos devem estar disponíveis para todos lerem e implementarem;
- Permitir a escolha do usuário: Padrões abertos criam um mercado justo e competitivo. Não prendem o usuário a um único vendedor ou grupo econômico;
- Sem royalties: Padrões abertos são livres para implementação sem a cobrança de royalties. O processo de certificação de aderência ao padrão pode ser cobrado contanto que não seja requisito para a sua implementação;
- Impedir discriminação: Os padrões e as organizações que os mantém não podem discriminar entre implementações;
- Extensível: Os padrões devem evoluir;
- Protegido: O licenciamento do padrão deve impedir práticas comerciais predatórias que restrinjam a sua evolução e implementação;
- Suportado: Padrões devem ser suportados enquanto houver interesse público;
- Sem custo: O custo da especificação deve ser zero ou cobrir apenas os custos de cópia e distribuição de forma a não restringir o acesso ao padrão a desenvolvedores de qualquer capacidade econômica.