Software livre é correr atrás do software proprietário?

1. Software livre é correr atrás do software proprietário?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 20/02/2014 - 13:10h

Já faz muito tempo que uso Linux e muitos outros softwares livres (LibreOffice, KDE, Gnome, Lxde, Inkscape, Gimp, Firefox, etc), e neste tempo todo eu só vi as comunidades de softwares livres trabalhando para disponibilizar softwares livres compatíveis com serviços proprietários.

Antigamente era a moda do MSN Messenger, haviam tantos clientes para Linux quanto você pode imaginar. Há também a moda do "Microsoft Office" cujo principal objetivo de desenvolver o OpenOffice e LibreOffice é sempre manter compatibilidade com os documentos gerados pelo aplicativo proprietário.

Pergunte para os desenvolvedores se eles podem desenvolver aquele recurso matador que vai facilitar muito a criação de documentos, eu aposto que a resposta será: "não é possível, pois o Microsoft Office não suporta tal recurso e temos que manter a compatibilidade". Agora, a Microsoft não vai frear o desenvolvimento do Microsoft Office porque o concorrente tem que ter "compatibilidade" com os novos recursos.

É necessário mudar urgentemente, se ainda esperam que o Linux cresça nos desktops. Não dá mais para correr atrás de oferecer acesso a serviços proprietários como o MSN Messenger, Microsoft Silverlight, Adobe Flash Skype, iTunes, Whatsapp, Microsoft Office, Microsoft Exchange e outros por meio do desenvolvimento de aplicativos livres para acesso a tecnologias proprietárias.

Sabe quando os sites da internet vão parar de usar Silverlight, Flash e outras tecnologias proprietárias? Quando a comunidade de software livre apresentar um produto tão fácil de usar quanto eles e que ofereça mais benefícios. É difícil fazer? Sim, é bem difícil, e fica mais difícil ainda se somarmos que quem poderia estar trabalhando nas próximas tecnologias para a Web está empenhado em criar um software compatível com as tecnologias proprietárias, vide Gnash e Swfdec.

Já imaginou se todo o esforço que foi concentrado em dezenas de clientes de MSN para Linux fosse concentrado em criar uma solução corporativa de comunicação? Enquanto no mundo do software livre se tentava dar suporte ao MSN, a Microsoft criava uma suíte integrada de comunicação com e-mail, calendário, agenda, conferência, etc.

Agora é hora de criar as próprias tecnologias, os próprios serviços e torná-los exclusivos. Chega de correr atrás para suportar tecnologias proprietárias, a comunidade de software livre tem que criar seus serviços e deixar que o concorrente corra atrás do prejuízo.

Sabem porque a Microsoft consegue vender tantas licenças do Windows? Não é apenas o Windows que o cliente recebe, ele recebe garantias que poderá usar serviços que são compatíveis com o Windows. E no Linux, qual garantia terei? De que o messenger vai funcionar até a próxima atualização feita pela Microsoft (antes isto acontecia muito, e o usuário ficava sem poder usar o MSN Messenger no Linux até que alguém resolvesse consertar o problema)? De que um conteúdo feito em Flash na web poderá ser reproduzido caso o desenvolvedor tenha tido o cuidado de tornar o conteúdo compatível com versões arcaica do Flash Player?

O Wine é um projeto ambicioso, é até um milagre que funcione, mas é um desperdício enorme de esforço por parte de seus desenvolvedores. Afinal, se existe demanta pelo uso de um aplicativo no Linux, porque deixar o desenvolvedor do mesmo acomodado por saber que alguém vai dar um jeito?

E o ReactOS (sistema operacional que pretende ser um clone do Windows), é necessário mesmo ter mais um Windows? Já está sendo desenvolvido a tantos anos e até agora só roda poucas aplicações... não está na hora de investir este esforço em algo mais proveitoso?

Gnash e Swfdec? É realmente necessário suportar uma tecnologia que está morrendo, proprietária e tão problemática como o Adobe Flash? Não seria melhor investir este esforço em ter uma WEB mais aberta e livre?

Qual o objetivo de tornar o OpenOffice e LibreOffice cada vez mais compatível com documentos do Microsoft Office? Isto só serve para fazer mais comparações como: não funciona direito, não abriu meu docx com toda a formatação, não calculou aquela fórmula na planilha, não mostrou o WordArt corretamente, etc....

Enquanto o software livre correr atrás de suportar os serviços proprietários, sempre estarão na retaguarda. É preciso passar a frente e ditar como será o futuro computacional!

Infelizmente só a Canonical tem visão do futuro, onde está iniciando a integração de serviços exclusivos como o Ubuntu One e o Ubuntu One Music. Mas só isto não é o suficiente, é necessário oferecer mais serviços aos usuários e ditar as regras daqui em diante.

Está na hora do software livre tomar a dianteira da situação e deixar a concorrência correr atrás do prejuízo.


  


2. Re: Software livre é correr atrás do software proprietário?

Antônio M. de Quadros Filho
zettaflop1021

(usa Ubuntu)

Enviado em 26/07/2014 - 17:23h

bilufe escreveu:

Já faz muito tempo que uso Linux e muitos outros softwares livres (LibreOffice, KDE, Gnome, Lxde, Inkscape, Gimp, Firefox, etc), e neste tempo todo eu só vi as comunidades de softwares livres trabalhando para disponibilizar softwares livres compatíveis com serviços proprietários. (...)


Concordo plenamente com você! Acredito que com essa filosofia proposta e atitude a comunidade livre contribuiria muito para a inovação tecnológica!


3. Re: Software livre é correr atrás do software proprietário?

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 26/07/2014 - 17:48h

Acho justo, pelo que já li na internet, o OS2 falhou justamente por esse motivo de tentar dar compatibilidade aos softwares da microsoft, como os dois usavam o mesmo sistema de base, os sistemas eram compatíveis, e isso fez com que os programadores se focassem só no windows..

Segundo o que li o OS2 e windows eram de igual pra igual no mercado, e o OS2 deu bobeira e a microsoft acabou tomando o mercado todo, principalmente quando veio o windows nt..

O software livre está indo pelo mesmo caminho.

Eu postei recentemente sobre o que achavam sobre o software livre nao crescer muito, pq na empresa onde trabalho nao deu certo: o motivo é, não deu certo pq a empresa é dependente do office e os docx.. (E isso não foi falta de querer converter as coisas não...) O problema é-> os funcionários usam windows em casa, e em casa precisam de fazer documentos(Eles usam office 2007, a versao incompativel com odt(libreoffice)), a empresa também manda documentos para fora, onde só usam microsoft office.. então concluindo:

O linux tenta dar compatiblidade, aí as pessoas gostam dessa compatibilidade e pensam que tudo irá se resolver sem se mudar o jeito de trabalhar, mas não é assim..(Mesmo existindo na cabeça das pessoas: desconfigura, pode dar problema -> essas pessoas insistem em continuar usando docx.). Esse costume não irá morrer nessas pessoas.

O software livre tem potencial pra crescer e muito, desde que as pessoas se consientizem que: o software livre é diferente de um software proprietario gratuito. Um é um outro é outro..


4. Re: Software livre é correr atrás do software proprietário?

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 26/07/2014 - 17:59h

mais uma coisa, não é só o libreoffice, que tentam dar compatibilidade, é tudo: sistema de impressão(cups), sistema de compatilhamento de arquivos(samba), etc..

Um dos motivos que nao deu certo linux na empresa: impressoras, o cups é muito problematico, e acho que um dos motivos é tentar dar compatibilidade ao windows, lá na empresa vive travando a fila de impressão, esse foi a gota d'agua, e vao voltar pro windows..

ontem mesmo o linux mint descompatilhou sozinho a impressora..

Enfim, talvez se o software livre trabalhasse pra desenvolver algo grande, e bom o suficiente a fazer as pessoas gostareme não dependerem mais de outro software, desse certo :D






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