Passo 6 - Portage e configuração do sistema
O gerenciador de pacotes do Funtoo se chama Portage. Ele usa a mesma filosofia de sistema Ports do FreeBSD, ou seja, tem uma árvore de diretórios para os pacotes, que contém scripts (ebuilds) para criar os pacotes que vão ser instalados. Esses scripts vão baixar, compilar e instalar o que o usuário pedir, na sua máquina.
Para que o Portage faça isso é necessário, antes de tudo, preencher a sua árvore de diretórios através do GIT. Por isso execute:
# emerge --sync
Agora você deve se acostumar a fazer uma coisa que usuários de outras distros não costumam (ou não precisam tanto) fazer: ler com muita calma a saída dos comandos do gerenciador de pacotes. Por que eu digo isso? Por exemplo, quando eu uso Debian e uso o apt-get, ele apenas me dá o retorno do comando que executei. No caso do Funtoo (e Gentoo), o Portage "fala mais" com o usuário. Ele avisa sobre "novidades" (news) pendentes, conflitos entre os pacotes e suas causas, fornece links para os logs, e sugere comandos para contornar certas situações. Ele não vai resolver os problemas pelo usuário, pois teoricamente o usuário que usa Portage deve ter competência para resolver os problemas sozinho, mas o Portage dá muita informação em suas saídas de comando.
Voltando ao assunto da instalação, está na hora de configurar alguns arquivos.
Para configurar a tabela de montagem, edite o fstab:
# nano /etc/fstab
Seguindo o esquema deste artigo (duas partições, uma raiz e uma swap) ficaria assim:
/dev/sda2 none swap sw 0 0
/dev/sda1 / ext4 noatime 0 1
Use o modelo padrão como guia para ajustar às suas necessidades.
Salve e feche o arquivo.
Configure o "timezone" assim:
# ln -sf /usr/share/zoneinfo/America/Recife /etc/localtime
Troque "Recife" no comando acima pela sua capital. Para ver todos as opções use:
# ls /usr/share/zoneinfo
Agora iremos configurar o arquivo que tem parâmetros de compilação, como quantidade paralelas de compilação. O arquivo é o make.conf. É necessário saber quantos CPUs o sistema tem. Para isso execute:
# grep "processor" /proc/cpuinfo | wc -l
A saída do comando será a quantidade de CPUs da máquina. O próximo passo é pegar esse valor, adicionar mais um ao total e definir como parâmetro MAKEOPTS no arquivo /etc/make.conf, seguindo o modelo.
# nano /etc/make.conf
Onde tem:
MAKEOPTS="-j1"
Troque o número 1 pela quantidade de CPUs, mais um. Se o resultado do comando "grep" acima foi 1, vai ficar assim:
MAKEOPTS="-j2"
Além disso edite e deixe os outros parâmetros CFLAGS e CXXFLAGS assim:
CFLAGS="-march=native -O2 -pipe"
CXXFLAGS="${CFLAGS}"
O motivo disso? Assim o make.conf irá detectar automaticamente o tipo de processador. Para mais informações leia:
Alternativamente você pode executar tudo isso com os seguintes comandos:
# echo CFLAGS=\"-march=native -O2 -pipe\" > /etc/make.conf
# echo CXXFLAGS=\"\${CFLAGS}\" >> /etc/make.conf
# echo MAKEOPTS=\"-j$(($(grep "processor" /proc/cpuinfo | wc -l)+1))\" >> /etc/make.conf
# cat /etc/make.conf
O nome da máquina deve ser configurado em hostname:
# nano /etc/conf.d/hostname
Coloque o nome que desejar. Exemplo:
hostname="funtoo"
Salve e feche.
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