Arch Linux em modo UEFI com GNOME

Este artigo visa explicar, passo a passo, o processo de instalação do Arch, mantendo-o KISS, tanto no processo quanto nas explicações.

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Por: Thiago Silva em 29/05/2019


Instalação



6. PACOTES BASE

Começamos por instalar os pacotes básicos de sistema, aqueles indispensáveis para as coisas funcionarem:

# pacstrap /mnt base

Confirme e vá tomar aquele café, volte em 15 minutos.

7. FSTAB

O fstab (filesystem table) é basicamente uma tabela que descreve os discos, pontos de montagem, formatos de sistemas de arquivos e etc. É importante gerar o fstab agora que você já está com tudo o que precisa montado.

Você pode gerá-lo automaticamente com o comando:

# genfstab -p /mnt >> /mnt/etc/fstab

O genfstab vai gerar o fstab com base nos discos montados em /mnt. O "-p" indica que as entradas dos discos serão feitas usando o bom e velho /dev/sdXY. Você pode até abrir o arquivo para ver se está tudo certo, mas se você não tiver certeza do que está fazendo é bom que o deixe como foi criado.

8. CHROOT

Até então, estávamos rodando os comandos como o usuário root da instalação na mídia. Agora vamos realmente entrar no sistema instalado com o comando:

# arch-chroot /mnt

9. FUSO HORÁRIO

Altere para o seu fuso horário:

# ln -sf /usr/share/zoneinfo/America/Bahia /etc/localtime

Troque "Bahia" por "Sao_Paulo", se usa o horário oficial de Brasília. A única diferença é o horário de verão que aqui nós não temos - é sempre verão no nordeste.

O comando a seguir torna a mudança persistente:

# hwclock --systohc

10. LOCALIZAÇÃO E IDIOMA

Defina a localização alterando o arquivo /etc/locale.gen. Você pode usar o vi se quiser, mas eu gosto do nano, ele é mais amigável.

# nano /etc/locale.gen

Procure e descomente "pt_BR.UTF-8 UTF-8", além de qualquer outro que você queira. Salve e feche o nano. Torne a mudança persistente com:

# locale-gen

Também é importante executar:

# echo LANG=pt_BR.UTF-8 >> /etc/locale.conf

Agora torne a mudança de layout do teclado persistente com:

# echo KEYMAP=br-abnt2 >> /etc/vconsole.conf

11. CONFIGURAÇÃO DA REDE

Se você está em um ambiente de rede corporativa, ou simplesmente está conectado a um servidor, agora é a hora de informar o seu nome na rede. Se não, apenas dê um nome legal ao seu próprio computador.

# echo meuhostname >> /etc/hostname

NOTA: em todas as ocasiões em que eu uso o comando echo, é equivalente abrir o arquivo em questão com o nano e adicionar a linha entre aspas, apenas acho mais prático assim. Caso o arquivo não exista, ele será criado, assim como o nano faria.

O próximo passo pode ser copiado, substituindo o "meuhostname" pelo que você colocou acima. Você só precisa se preocupar em alterá-lo caso use IP estático, então basta colocar o seu IP no lugar de 127.0.1.1, na última linha. Crie o arquivo:

# nano /etc/hosts

E adicione:

127.0.0.1    localhost.localdomain            localhost
::1          localhost.localdomain            localhost
127.0.1.1    meuhostname.localdomain          meuhostname

Essa é uma infra-estutura básica de rede com um computador. Como esse não é o foco do artigo, vou passar por alto. Mas a própria Wiki do Arch traz mais detalhes a respeito.

12. SENHA DO ROOT

Defina uma senha para o usuário root com o comando:

# passwd

13. GERENCIADOR DE BOOT

Para gerir o boot, convém instalar o GRUB. Mas antes, se o seu processador é AMD ou Intel, a Wiki do Arch sugere que habilite a atualização do microcode. Então, se você usa AMD:

# pacman -S amd-ucode

Se usa Intel:

# pacman -S intel-ucode

Agora sim, vamos instalar os pacotes necessários para o GRUB:

# pacman -S grub-efi-x86_64 os-prober efibootmgr

Se não há nenhum outro sistema instalado em seu computador, o os-prober é redundante, você não precisa instalá-lo. O comando a seguir está ensinando ao grub onde está a partição EFI (no nosso caso, sda1, com ponto de montagem em /boot/efi) e também dá um nome a entrada de boot do Arch:

# grub-install --target=x86_64-efi --efi-directory=/boot/efi --bootloader-id=Arch --recheck

Aqui geramos um arquivo de configuração do GRUB, que basicamente diz o quê deve ser mostrado na tela de GRUB, além de outros detalhes técnicos:

# grub-mkconfig -o /boot/grub/grub.cfg

14. DESMONTAR E REINICIAR

Saia do chroot digitando exit e desmonte as partições com:

# umount -R /mnt

Se estiver tudo certo, é hora de executar:

# reboot

O Arch Linux foi instalado com sucesso.

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Páginas do artigo
   1. Preparação do Sistema
   2. Instalação
   3. Ambiente Gráfico
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Comentários
[1] Comentário enviado por edps em 31/05/2019 - 21:08h


Excelente artigo, porque demonstra o "novo", a maioria dos que vejo (incluindo na lista o de meu blog), demonstram o método antigo, para MBR.

[2] Comentário enviado por shermanflima em 01/06/2019 - 10:35h

Melhor artigo que eu já li sobre o assunto, parabéns e muito obrigado.

[3] Comentário enviado por pain-sama em 04/06/2019 - 17:47h

Obrigado, pessoal! =D

[4] Comentário enviado por pinduvoz em 08/06/2019 - 22:53h

Bom artigo. Fácil de entender e de seguir.

[5] Comentário enviado por pain-sama em 28/10/2019 - 20:52h

Para quem está instalando o Arch Linux a partir de setembro de 2019, segue um pequeno adendo na instalação:

Agora você precisa instalar claramente os pacotes referentes aos controladores de rede e o editor nano. Então, ao passo 6, adicione esses pacotes. No nosso caso, ficará assim:

# pacstrap /mnt base nano dhcpcd netctl networkmanager

É claro que você sempre pode instalar depois de ter feito o chroot com o comando normal no Pacman. Mas lembre-se que se não instalar esses pacotes, não poderá usar a internet quando estiver dentro do sistema propriamente dito (depois de reiniciar sem a ISO de instalação).
Aproveito também para dizer que se você pretende instalar pacotes da AUR no futura, você precisa instalar também o grupo base-devel. Para isso basta adicionar esse nome àquela linha lá em cima.

[6] Comentário enviado por LckLinux em 03/02/2020 - 09:23h

Muito bom o artigo. Vai ajudar bastante (uso Arch em legacy, mas é necessário saber....)

Grato \o/


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