Enquanto o Projeto GNU tentava desenvolver seu Kernel (Hurd) nos EUA, um Finlandês estudante da Faculdade de Helsinki desenvolvia por interesses pessoais algo que poderia ser a peça que faltava no quebra cabeças de Stallman: um Kernel que funcionasse e fizesse o que era necessário.
Linus Torvalds, estudante da Universidade de Helsinki, gostaria de desenvolver um sistema semelhante ao que ele utilizava para seus estudos acadêmicos. Então, baseando-se no Unix, mais especificamente no SunOS, ele começou a desenvolver seu próprio Kernel.
Linus conseguiu desenvolver e fazer funcionar seu Kernel monolítico mais rapidamente que a equipe do GNU Hurd (que era um microkernel) e sob a licença GPL o lançou com o nome de "Linux" (fusão dos nomes Linus e Unix). Então, ainda por volta de 1991, alguns programadores envolvidos com o Projeto GNU tiveram conhecimento a respeito do Kernel
Linux e descobriram que ele era a peça que faltava no centro do quebra cabeças de seu Sistema Operacional.
Desde então os programas GNU puderam usar o Linux como plataforma para sua execução enquanto o Linux poderia usar os programas GNU para rodá-los.
Gradualmente as pessoas foram aderindo projeto
GNU/Linux adicionando novas melhorias e capacidades ao núcleo do sistema.
O Filósofo e o Engenheiro
Em meados da década de 1990 o Sistema Operacional GNU já completo crescia e se popularizava com o passar do tempo, mas sob uma nova denominação. O nome "Linux" de alguma forma se popularizou e seus usuários começaram a se referir ao sistema todo como "Sistema Linux". Milhões de pessoas usavam o sistema operacional que era praticamente todo envolto por programas GNU sem referir-se ao termo, ou seja, era um Sistema Operacional GNU sendo referido como Sistema Operacional Linux.
A partir daí as distribuições começaram a surgir a partir do empacotamento de programas junto ao Kernel antes separados. A primeira versão de programas GNU empacotados junto com o Kernel Linux foi chamada de
Slackware por
Patrick Volkerding em 1992.
Podemos verificar que os projetos GNU e Free Software Foundation criados por Richard Stallman foram marcos no desenvolvimento do GNU/Linux como um sistema operacional totalmente livre e completo. A comunidade Open Source como um todo deve muito ao projeto GNU. Não fosse o projeto GNU e a filosofia central criada por Stallman, provavelmente, nada relacionado ao assunto teria sido possível. Em uma não-existência do GCC (GNU C Compiler) o próprio Kernel Linux em si não teria sido possível.
O Linux, em suma, não é um sistema operacional completo em sua essência, mas sim um núcleo que deu norte aos programas GNU para aí sim formar um sistema operacional completo. Um depende do outro e nós todos nos beneficiamos de ambos.
Contudo, não apenas por utilizar os programas GNU, mas por concordância e respeito à filosofia e contribuições de Stallman deveríamos defender a terminologia GNU/Linux ao nos referirmos à esse sistema operacional, afinal (provavelmente) sem GNU não haveria Linux e sem Linux não haveria GNU.
Referências: Revolution OS. Direção: J.T.S. Moore. Produtora: Seventh Art Releasing. 2001.